‘Não vai ter lockdown’, diz Bolsonaro após Brasil registrar 4,2 mil mortes em um dia

Um dia após o Brasil registrar 4,2 mil mortes nas últimas 24 horas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar a adoção de medidas restritivas para tentar frear o avanço da Covid-19 no Brasil e disse que não haverá um lockdown nacional.

As ações para restringir a circulação de pessoas têm sido defendidas por autoridades sanitárias para enfrentar a pandemia no país, que vive seu maior pico e responde hoje por um em cada três mortos pelo novo coronavírus no mundo.

Bolsonaro voltou a defender o chamado “tratamento precoce”, com o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença e que, segundo a Associação Médica Brasileira, deveriam ter seu uso contra a Covid banido.

O presidente fez uma visita de trabalho no Centro de Eventos onde foi desativada uma unidade semi-intensiva para pacientes com Covid-19.

A governadora em exercício do Estado, Daniela Reinehr (sem partido), recebeu a comitiva presidencial no aeroporto Serafim Enoss Bertaso e acompanha toda a visita. A secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto (Cidadania), também está presente. Todos estão usando máscara de proteção contra o vírus.

O encontro ocorre no Centro de Eventos. A montagem do espaço foi uma das principais medidas do município para enfrentar o colapso no sistema de saúde em fevereiro por falta de leitos para tratamento da Covid-19. No sábado (3), com a transferência do último paciente do local, a estrutura, que tinha 75 vagas, foi desativada.

Apesar disso, o incentivo da administração municipal ao chamado “tratamento precoce” contra o coronavírus, mesmo sem eficácia comprovada, fez Bolsonaro elogiar a gestão em Chapecó.

“Exemplo a ser seguido, por isso estou indo para lá. Para exatamente não só ver, mas mostrar a todo o Brasil que o vírus é grave, mas seus efeitos têm como ser combatidos. Mais ainda, naquele município, com toda certeza em mais [cidades], em alguns estados também, o médico tem a liberdade total para trabalhar com o paciente, total. Esse é dever do médico, uma obrigação e direito dele”, disse o presidente em evento no início da semana, em que anunciou a viagem a Santa Catarina.

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