Partidos de centro e centro-esquerda devem se reunir nesta quarta-feira (16) em Brasília para discutir alternativas à polarização entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula na eleição de 2022.
Por enquanto, as oito siglas já confirmadas não devem discutir nomes, mas uma agenda de encontros para construir, no máximo, duas candidaturas que possam se viabilizar como uma “terceira via”.
“Precisamos construir uma agenda, buscar nomes sem rejeição, mostrar que há espaço na campanha fora da polarização Bolsonaro e Lula. O jogo não está jogado”, afirmou ao blog o presidente do DEM, ACM Neto.
Devem estar presentes no almoço, a ser realizado em Brasília, os presidentes dos seguintes partidos: MDB, PSDB, DEM, Cidadania, Novo, Podemos, PV e Solidariedade. O presidente do PSL, Luciano Bivar, também participa das articulações, mas não estará na capital amanhã.
“A realidade de agora é a polarização entre Lula e Bolsonaro. Depende de nós, trabalhar uma saída mais equilibrada, buscar uma unidade mínima para a eleição presidencial do ano que vem”, afirmou o presidente do MDB, Baleia Rossi.
Presidente do PSDB, Bruno Araújo diz que pesquisas mostram 58% da população em busca de uma opção que não seja Bolsonaro, nem Lula. O tucano avalia que o ideal seria ter, no campo destes partidos que vão se reunir amanhã, no máximo duas candidaturas à Presidência da República.
“A população quer um nome fora desta polarização, há um clima favorável para buscar um nome que atraia o voto útil, mas depende de nós construirmos alternativas”, afirmou.
Segundo esses presidentes de partidos, o momento é de buscar o melhor perfil de candidatura, traçar um calendário de discussões e encontros e chegar em abril do próximo ano com um nome mais consolidado.
Os três dizem que tanto o presidente Bolsonaro como o ex-presidente Lula querem dar como definida a polarização, no ano que vem, para atraírem os demais partidos para os seus campos de apoio.
“É possível construir uma alternativa. Não podemos cair na estratégia de Lula e Bolsonaro, a população quer um nome alternativo”, acrescentou ACM Netto.
Em 2018…
Na última eleição, o cenário da polarização se consolidou e Bolsonaro disputou o segundo turno contra o petista Fernando Haddad. Agora, Lula deve voltar à disputa presidencial depois de retomar seus direitos políticos.
O atual presidente e o ex-presidente preferem a polarização entre eles e já buscam apoios de outros partidos.
Os partidos de centro e de centro-esquerda não conseguiram, na eleição passada, uma unidade mínima para se opor a Bolsonaro e PT. Agora, vão começar a debater uma estratégia para evitar que se repita no ano que vem o que ocorreu em 2018.