PF intensifica operação contra “coiotes” e faz novas prisões nas fronteiras do AC

A utilização das fronteiras do Brasil, no Acre, com países vizinhos como a Bolívia e o Peru como rotas de tráfico de humanos, continuou a ser objeto de operação da Polícia Federal deflagrada na manhã desta sexta-feira (9), em três cidades do Estado. Sob o nome “Advenus”, que quer dizer algo como estrangeiro em latim, a segunda fase desta operação foi desencadeada em Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Assis Brasil.

De acordo com a Polícia Federal, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão expedidos pelo Juízo da 2ª Vara Federal Cível e Criminal da Seção Judiciária do Acre. Pelo menos 20 agentes federais atuaram na operação, que deve continuar por todo o dia. Os alvos dos mandatos foram residências e um estabelecimento comercial.

A Polícia Federal informou que as investigações foram iniciadas em fevereiro deste ano, quando começaram a chegar em Assis Brasil, no Alto acre, fronteira com o Peru, um grande número de estrangeiros, em sua maioria haitianos. Eles chegaram a acampar sobre a Ponte da Integração Brasil-Peru, que marca a fronteira entre o município brasileiro de Assis Brasil e a cidade peruana de Iñapari, onde permaneceram por quase 30 dias, até sua desocupação pacífica.

O acampamento dos imigrantes no local acabou criando para o Governo do acre uma crise humanitária, já que os estrangeiros pretendiam atravessar o Peru, a fim de seguir caminho para a América do Norte, e passaram a ser impedidos de ingressar naquele país pelas autoridades peruanas, as quais fecharam as fronteiras com o Brasil ainda no ano de 2020 devido à pandemia.

Os investigadores da Polícia Federal estão certos de que é a atuação dos “coiotes”, como são chamadas as pessoas que praticam o chamado tráfico de pessoas, um dos fatores que contribuiu para o agravamento da situação. Em 26 de fevereiro de 2021, foi deflagrada a primeira fase Operação “Advenus” o cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão, que levaram à obtenção de novas informações, culminando na deflagração da segunda fase da operação.

Conforme informações obtidas, a região é uma rota conhecida por migrantes que buscam chegar a países como EUA e Canadá. Criminosos no município se aproveitam da vulnerabilidade desses migrantes e, em troca de dinheiro, prometem auxiliar a travessia de maneira ilegal para o Peru, sem, contudo, mencionar a probabilidade de insucesso de empreitadas dessa natureza.

Ainda que haja êxito em adentrar no território peruano, a mencionada rota é perigosa, e envolve trajeto difícil, sujeitando os migrantes a condições extremas, e acarretando risco de morte e outros infortúnios. O crime de promoção de migração ilegal (art. 232-A, § 1º do Código Penal) prevê pena de 2 (dois) a 5 (cinco) anos de reclusão e multa para quem promove, por qualquer meio, com o fim de obter vantagem econômica, a saída de estrangeiro do território nacional para ingressar ilegalmente em país estrangeiro.

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