18 de abril de 2024

Funcionário público é suspeito de ser contador de traficantes que lavaram R$ 78 milhões

Duas empresas “laranjas”, em Campo Grande, foram alvos da Operação Tríade, deflagrada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul, nesta terça-feira (10). De acordo com o delegado responsável, Cristiano Ritta, a organização criminosa já lavou R$ 78 milhões para o tráfico de drogas, sendo R$ 50 milhões por duas pessoas na capital.

Em Campo Grande, as equipes do Rio Grande do Sul, com apoio do departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), foram aos locais, que seriam as empresas responsáveis por movimentar o montante milionário, e encontraram um terreno baldio e uma mecânica, usados como fachada.

Durante as investigações, a polícia do Rio Grande do Sul identificou que o suposto contador da organização criminosa é funcionário público, em Campo Grande. Só este homem, de acordo com a polícia, teria lavado R$ 35 milhões para continuar abastecendo o tráfico de entorpecentes no Brasil e no Uruguai.

Além do funcionário público, uma mulher, que trabalha em uma empresa de limpeza, movimentou mais de R$ 15 milhões na conta bancária da sua pessoa jurídica.

“Estas empresas atuavam para lavagem de dinheiro. As empresas não existias no local. As pessoas estavam a serviço do crime organizado. O dinheiro era remanejado para a conta dessas empresas e depois voltava para a mão dos traficantes com forma de patrimônio lícito”, disse Ritta.

 

G1 entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande a fim de receber informações do suspeito, que é funcionário público, mas até a publicação desta reportagem não recebeu retorno.

A operação

 

Intitulada de “Operação Tríade”, a polícia do Rio Grande do Sul deflagrou nesta terça (10) a ação para cumprir 120 ordens judicias de busca e apreensão, bloqueio de contas bancárias e sequestro de bens e valores nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

De acordo com o delegado Cristiano Ritta, o alvo da operação é desmantelar uma organização criminosa, com sede em Bagé (RS), na fronteira da cidade gaúcha com o Uruguai, que possui um complexo sistema de lavagem de dinheiro.

A organização criminosa, segundo o delegado da cidade gaúcha, tem como objetivo abastecer o tráfico de entorpecentes nos dois países e promover a lavagem de dinheiro a partir de centenas de operações ao redor do Brasil, com ramificações criminosas em São Paulo e no Vale dos Sinos, no Rio Grande do Sul.

As investigações

 

O delegado Cristiano Ritta explicou ao G1 que as investigações começaram no ano passado, quando a delegacia de Bagé apreendeu uma grande quantidade de cocaína e encontrou notas fiscais associadas as empresas “laranjas”, que seriam localizadas em Campo Grande.

“O esquema criminoso investigado foi descoberto a partir da apreensão se centenas de comprovantes de depósitos bancários realizados em cidades da fronteira, cujo destino eram contas bancárias de empresas e pessoas em diversas cidades do país, especialmente nos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul”, detalhou Ritta.

O delegado explicou que os criminosos utilizavam os cartões bancários das empresas “laranjas”‘ para gerenciar o sistema de recebimento de dinheiro e contabilidade do tráfico de drogas.

“Depois que o dinheiro das “bocas de tráfico” era depositado, rapidamente os operadores financeiros da Organização Criminosa de São Paulo movimentava em diversas contas bancárias, dificultando o rastreamento do dinheiro, e encaminhando para o pagamento da droga fora do país. O dinheiro do lucro da venda de droga voltava para as contas de familiares dos presos investigados”, pontuou.

 

O delegado afirmou que todas as contas bancárias identificadas foram bloqueadas e o grupo responderá por tráfico de drogas, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro e organização criminosa. “Mais de 100 indivíduos serão responsabilizados pelo crime de lavagem de dinheiro”.

“O próximo passo é finalizar esta fase da operação e encaminhar para o Poder Judiciário para que o Ministério Público ofereça a denúncia”, finalizou Cristiano Ritta.

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