O Google anunciou, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (15/10), medidas que está tomando para combater a desinformação e ajudar a garantir um processo eleitoral democrático no Brasil durante as eleições de 2022.
Faltando um ano para o próximo pleito no país, a multinacional anunciou que todos os anunciantes que pagarem por anúncios relacionados às eleições terão que ser verificados. Além disso, com os dados dessas verificações, a plataforma vai disponibilizar um relatório de transparência acessível a todos que quiserem checar essas informações.
A mudança já começou a valer e passará a ser obrigatória a partir de 17 de novembro. Com a novidade, todos aqueles que desejarem fazer anúncios em qualquer plataforma do Google sobre partidos políticos, titulares de cargos públicos eletivos e candidatos terão que enviar uma série de documentações à empresa para comprovar que ele é quem diz ser. A medida se tornará obrigatória daqui para frente permanentemente.
A ideia é que o relatório de transparência comece a ser disponibilizado no primeiro semestre de 2022. Nele, as pessoas poderão consultar quanto foi gasto em propagandas, quantos anúncios foram exibidos e quantas pessoas foram atingidas, por exemplo.
Combate à desinformação
Na preparação para as eleições, o Google tem uma parceria com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desde 2014. Por meio dessa parceria, o Google oferece cursos de capacitação para servidores do tribunal, que para 2022 já começaram.
Também são oferecidos meios para que as informações fiquem mais acessíveis para os eleitores. Nas eleições passadas foram disponibilizados painéis com informações que tiraram dúvidas sobre como votar.
Esse recurso foi visualizado 9 milhões de vezes. “Nós acreditamos que cidadãos melhores informados são mais engajados para tomar melhores decisões na hora do voto”, destaca Karen Duque, gerente de políticas públicas Google Brasil.
Por meio dessa parceria, o TSE tem atuado para diminuir os efeitos da disseminação de desinformação sobre eleições.
De acordo com Aline Osório, secretária-geral da Presidência do TSE, o programa de combate à desinformação do tribunal, que hoje é finalista do Prêmio Innovare, tinha sido criado com foco nas eleições de 2020, porém agora ele se tornou permanente.
“Ficou evidente que a desinformação não se restringe ao período eleitoral. Essa desinformação que tenta enfraquecer as bases da democracia é contínuo, então precisamos de ações para mitigar os efeitos negativos desde já”, ressalta.
O programa é estruturado em três eixos: informar, capacitar e responder. Para isso, o TSE conta com a parceria de mais de 70 instituições da sociedade civil para desenvolver esse trabalho.
“As parcerias nos ajudam a combater de forma mais rápida e que toda essa cadeia de ameaça possa ser atendida. 2022 vai ser um desafio e sabemos que um tribunal sozinho não pode combater a desinformação. O jornalismo é essencial nesse processo”, destaca Aline.
Entre essas parcerias no combate à desinformação, Marco Túlio Pires, do Google News Labs Brasil, destaca a importância do Projeto Comprova, apoiado pelo Google News Lab.
A coligação de 33 veículos de imprensa, que o Correio Braziliense faz parte, tem como intuito esclarecer postagens e apontar as fake news.
“É uma redação virtual em que representantes se unem para fazer essa checagem cruzada. Eles conseguiram esse lugar de credibilidade porque são redações de diferentes aspectos trabalhando juntas”, afirma.
Além disso, o Google Lab anunciou que repassará R$ 1,5 milhão para organizações não-governamentais com projetos focados na capacitação de candidaturas de grupos sub-representados como indígenas, LGBTs, negros e mulheres. As organizações que vão ser beneficiadas ainda serão anunciadas.