Com a alta dos preços do gás de cozinha, a lenha já segue sendo uma realidade nos lares de muitos brasileiros. Segundo uma pesquisa realizada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o consumo dos restos de madeira aumentou em 1,8% em comparação com o ano de 2019.
Além disto, o levantamento trouxe também o argumento de que muitas famílias brasileiras estão usando gás de cozinha apenas em situação de emergência, recorrendo à lenha e ao carvão para cozinhar em decorrência da crise. No Acre, há registros de que em municípios como Marechal Thaumaturgo e Jordão, o preço já alcançou a casa dos R$130.
Atualmente, depois da eletricidade, a lenha está na segunda colocação como fonte de geração de energia residencial, presente em 26,1% dos lares brasileiros.
Com a pandemia de Covid-19, especialistas apontam para um percentual de uso de lenha ainda maior em 2020 e em 2021, visto que a economia ficou fragilizada e a inflação seguiu em crescente. Além disto, o perigo de incêndios e de outros acidentes domésticos também aumentam. “O avanço da lenha no Brasil representa um retrocesso em 200 anos”, comentou Rodrigo Leão, pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), à CNN Brasil.
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Segundo informações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a média do preço do GLP na região Norte é a maior do Brasil. Somente em setembro, a ANP estipulou um valor de R$105,25, o que corresponde a mais de 10% do salário mínimo de 2021.