Brasília vai mudar. E antes do que você imagina. Com o novo ano, começa também a contagem regressiva para uma mudança profunda na configuração da Esplanada dos Ministérios. Em abril, o governo Jair Bolsonaro terá outra cara.
Ao menos dez dos 23 ministérios devem ter novos comandantes. Os atuais ministros irão para a rua — literalmente. Será tempo de fazer campanha e, seis meses antes da eleição, quem pretende se candidatar precisa se “desincompatibilizar” dos cargos, conforme a lei eleitoral.
O primeiro turno do pleito será em 2 de outubro de 2022. Portanto, logo no início de abril, todos os que ambicionam um cargo eletivo terão de se afastar de seus cargos.
Para o lugar desses ministros, devem ser escalados técnicos das pastas e servidores apontados por partidos do Centrão, bloco que compõem a base aliada do presidente.
O mapa final das baixas no primeiro escalão do governo será definido até março, mas já há algumas certezas e, em outros casos, as discussões estão avançadas para diversas candidaturas.
Aposta de Bolsonaro para o maior colégio eleitoral do país, o ministro Tarcísio de Freitas tem se mostrado “cada vez mais animado” para concorrer ao governo de São Paulo, segundo colegas de governo.
O PL, novo partido do presidente, resiste à ideia. Mas, ainda que o plano de Bolsonaro tenha revés à frente, o mais provável é que Tarcísio persiga uma carreira na política, de acordo com integrantes do governo.
Também discute apoio para a eleição estadual o ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos-BA). Deputado federal licenciado, ele deseja concorrer ao governo da Bahia. Para isso, terá de convencer Bolsonaro de que o melhor caminho é apoiá-lo em vez de formar uma aliança local.
Lá, ele teria de enfrentar seu ex-aliado, ACM Neto. Ex-prefeito de Salvador, Neto será candidato pelo União Brasil, sigla que surgirá da fusão de DEM e PSL.
Mesmo se a empreitada não for bem-sucedida, Roma deixará o governo para disputar ao menos um novo mandato como deputado federal.
O ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), já tem caminho definido: deve ser candidato ao governo do Rio Grande do Sul. A pré-candidatura está fechada, falta somente decidir por qual partido disputará. Ele foi crítico da junção de DEM e PSL, mas ainda não anunciou se mudará mesmo de legenda.
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