Acre é 5º Estado do Brasil com maior competição entre facções, diz pesquisadora dos EUA

Um estudo conduzido pela pesquisadora da Universidade de Stanford (EUA) e doutora em relações internacionais pela Universidade Johns Hopkins (EUA), Stephanie Gimenez Stahlberg, mostra que o Acre é o 5º estado brasileiro com mais alto nível de competição entre facções criminosas.

Os dados foram divulgados nesta terça-feira (15) em uma reportagem do UOL. Eles têm como base os anos de 2004 a 2019, a partir de uma coleta feita no Google Trends API, que consiste na proporção de buscas no Google sobre as facções. A pesquisa revela ainda um aumento de até 46% na taxa de homicídios nas unidades em que há disputa pelo comércio de drogas entre ao menos duas das três maiores facções criminosas do país: PCC (Primeiro Comando da Capital), CV (Comando Vermelho) e a FDN (Família do Norte).

“As facções aumentaram a sua presença em diversos estados, e a competição pelas rotas do tráfico de drogas empurrou o nível de violência para patamares nunca alcançados na história do Brasil”, destacou a autora.

No ranking de competitividade entre os grupos, o Acre só perde para o Rio de Janeiro (4º), Mato Grosso (3º), Pará (2º) e Ceará (1º lugar).

Nível de competição de facções por estado - Reprodução

Nível de competição de facções por estado/Foto: Reprodução

A pesquisadora acrescentou que durante o período a taxa de homicídios nos estados em que as três facções brigavam ficou em 41 para cada 100 mil habitantes.

“Outros fatores influenciam as taxas de homicídios, sem dúvidas. Mas este estudo consegue demonstrar de maneira clara que a dinâmica entre as facções é um fator importante. Quando há competição porque nenhuma facção predomina, um aumento da presença de crime organizado eleva a taxa de homicídios”, continuou.

O Acre mais uma vez se destacou quando Stahlberg pontuou que no último século a região Norte foi o maior foco de atuação das facções.

“Nenhuma das três facções tinha presença significativa em nenhum estado da região em 2004. A expansão para a região Norte se iniciou mais para o fim de década de 2000, e se intensificou na década de 2010. O CV em 2019 tinha uma presença maior no estado do Acre, per capita, do que no Rio de Janeiro. A FDN cresceu imensamente no Amazonas na segunda metade da década de 2010. Já em 2014 o PCC já estava presente em todos os estados da região”, finalizou.

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