Um promotor de Justiça de Pimenta Bueno (RO) ofereceu denúncia nesta quarta-feira (16) contra Gabriel Santos Masioli, o acusado de matar uma grávida para não assumir a paternidade do bebê e esconder a relação extraconjugal que mantinha com a vítima, Antonieli Nunes.
Segundo o Ministério Público de Rondônia (MP-RO), Gabriel foi denunciado à Justiça pelo crime de feminicídio triplamente qualificado e aborto.
“O denunciado, com vontade livre e consciente de interromper a gravidez da vítima, provocou aborto sem o consentimento da gestante”, diz a ação do promotor Tiago Cadore.
Antonieli foi morta por Gabriel no último dia 2 de fevereiro. Em depoimento na Polícia Civil, o acusado confessou o assassinato e disse esfaqueou o pescoço da mulher após dar um mata-leão, enquanto estavam deitados de conchinha.
O g1 e a Rede Amazônica tentam contato com a defesa do suspeito, que segue preso em Pimenta Bueno.
Na denúncia enviada para a Justiça, o MP pede que o acusado seja julgado pelo Tribunal do Júri Popular.
Visita na igreja
Ainda durante o depoimento dado à polícia, o suspeito revelou que logo após matar Antonieli ele esteve na igreja onde o pai é pastor, em Pimenta Bueno.
No encontro, Gabriel alega ter falado ao pai sobre supostas crises de ansiedade que estava tendo, mas não mencionou sobre ter matado uma mulher instantes antes.
A informação da visita de Gabriel na igreja também é de conhecimento da polícia, que ainda descobriu que na mesma noite o suspeito esteve em uma lanchonete da cidade.
Feminicídio de Antonieli
O corpo de Antonieli foi encontrado no dia 3 de fevereiro, após parentes irem até uma casa para verificar o que estava acontecendo, pois a mulher não apareceu para trabalhar e nem respondia mais as mensagens de celular.
Ao entrarem na casa, que estava com a porta destrancada, os parentes se depararam com Antonieli morta em cima da cama.
O suspeito do crime, que é técnico de informática, compareceu na delegacia da cidade e confessou que matou Antonieli após dar um mata-leão de conchinha e enfiar uma faca no pescoço dela.
No auto de qualificação e interrogatório feito no dia 4 de fevereiro, Gabriel contou ao delegado que é casado, mas há 10 meses mantinha um relacionamento extraconjugal com Antonieli, sua também colega de trabalho.
Gabriel disse que o assassinato de Antonieli ocorreu um dia depois dele descobrir sobre a gravidez dela e que a casa onde ocorreu o crime havia sido alugada para eles se encontrarem escondidos.
Como eles trabalhavam na mesma empresa, logo após o expediente do dia 2 de fevereiro ele chamou Antonieli para conversar na casa alugada para eles dois.
Durante esse encontro, a vítima teria perguntado se ele iria assumir a criança, mas Gabriel disse que estava em choque e pediu para a vítima esperar até sexta-feira (4), para que ele pudesse falar sobre o relacionamento deles e sobre a gravidez para sua esposa e familiares.
Gabriel disse que então ficou deitado de ‘conchinha’ e, nesse momento, teria tido uma crise de ansiedade e começou a matar Antonieli. Ele revelou que só parou o mata-leão quando não sentia mais o próprio braço, “de tanto que havia apertado o pescoço” dela.