Polícia ouviu esposa de ‘Pelado’, suspeito investigado por desaparecimentos

A Polícia Civil ouviu a mulher de Amarildo da Costa Oliveira, o ‘Pelado’, nas investigações sobre o desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. Amarildo é investigado pelo desaparecimento da dupla, mas nega participação.

Segundo a polícia, a mulher, que não teve seu nome divulgado, depôs em companhia de um advogado e preferiu não falar muito sobre a prisão do marido nem sobre o caso dos desaparecidos. Não foi informado quando ocorreu o depoimento.

Com ela, são nove pessoas ouvidas pela Polícia até o momento. No entanto, ainda não se sabe quando ocorreu o depoimento da mulher. O g1 teve acesso a informações de que ela foi até à sede da Polícia Civil de Atalaia do Norte acompanhada pelo seu advogado, mas preferiu não responder aos questionamentos dos agentes.

Amarildo foi preso na terça-feira (7), mas por outro motivo: durante as buscas em sua casa, a Polícia Militar do Amazonas (PM-AM) encontrou uma porção de droga, além de munição de uso restrito das Forças Armadas.

Bruno e Dom seguem desaparecidos. Os dois foram vistos pela última vez no dia 5 de junho, domingo da semana que passou, na Terra Indígena Vale do Javari, dentro do território que pertence à cidade de Atalaia do Norte, no Amazonas.

As equipe de buscas encontraram pertences dos dois. Nesta segunda-feira (13), a mulher do jornalista britânico, Alessandra Sampaio, disse que os corpos dele e do indigenista foram encontrados. Mas, as autoridades que atuam nas buscas, lideradas pela Polícia Federal (PF), não confirmam a informação.

Amarildo está preso por outro motivo

Natural de Atalaia do Norte, Amarildo é pescador. Ele é casado, mas a polícia ainda não divulgou se ele tem filhos. De acordo com a Polícia Civil, ele mora em São Gabriel, comunidade que pertence à área rural de Atalaia do Norte.

Ele é o único suspeito de envolvimento nos sumiços, e está preso desde a terça-feira (7). Em depoimento à Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), ele negou envolvimento no caso.

A polícia chegou ao nome de Amarildo logo no início das investigações. Testemunhas ouvidas pelas autoridades policiais disseram que viram o suspeito ameaçando Bruno Araújo Pereira. Uma testemunha também afirmou que Amarildo foi visto em uma lancha, navegando logo atrás da embarcação de Bruno e Dom.

Amarildo mora na Comunidade São Gabriel, onde Dom e Bruno estiveram no dia do desaparecimento. Antes, eles passaram pela Comunidade São Rafael, que fica acima.

O jornalista e o indigenista foram vistos pela última vez na Comunidade Cachoeira, onde testemunhas viram Amarildo em uma lancha, atrás da embarcação em que estavam os dois.

A lancha dele foi apreendida no mesmo da prisão. Dias depois, a Polícia encontrou sangue na embarcação. Mas, ainda não há confirmação de que o material seja humano.

Na noite da quinta-feira (9), a justiça decretou a prisão temporária de Amarildo por 30 dias.

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