Rendimento dos acreanos teve queda expressiva em 2021, diz IBGE

Em 2021, havia 890 mil pessoas residentes no Acre, ante 777 mil em 2012. Do total de pessoas residentes no Estado em 2021, 466 mil (52,4%) possuíam algum tipo de rendimento.

Em 2021, o contingente de pessoas que possuíam rendimento de todos os trabalhos correspondia a 33,9% da população residente (302 mil), diante de 35% (777 mil) em 2020 no Estado. Por outro lado, 22,8% dos residentes (203 mil) possuíam algum rendimento proveniente de outras fontes em 2021, enquanto, em 2020, essa estimativa era de 28,1% (247 mil). No primeiro ano da pandemia de Covid-19, observou-se redução do peso do trabalho e aumento de outras fontes de rendimento, no entanto, entre 2020 e 2021 o movimento foi oposto. Contudo, o aumento do peso do trabalho não compensou a queda da parcela da população recebendo rendimento de outras fontes, o que levou à continuidade da redução do percentual da população com algum tipo de rendimento, iniciada em 2020.

No Estado, dentre os componentes dos rendimentos de outras fontes, a categoria outros rendimentos manteve a principal estimativa: 13,1% (159 mil pessoas) da população residente recebia este rendimento em 2021; seguida por aposentadoria e pensão: 7,8% (74 mil pessoas). Com percentuais bem menores, seguiam as categorias de aluguel e arrendamento (0,7%) e pensão alimentícia, doação e mesada de não morador (1,8%). Entre 2020 e 2021, destaca-se a redução da proporção da população recebendo outros rendimentos, de 18,1% para 13,1%, única rubrica que aumentou no primeiro ano da pandemia, entre 2019 (10,2%) e 2020 (13,1%), devido ao pagamento do auxílio emergencial. No entanto, a parcela da população que ainda recebe outros rendimentos se manteve maior que a estimada para 2019 (10,2%).

Na analise regional, os resultados mostraram que, nas Regiões Norte e Nordeste, os percentuais de pessoas que recebiam outros rendimentos (13,1% e 16,3%, respectivamente) se destacavam dentre aqueles observados nas demais Regiões, com valores superiores a media do Pais (10,6%). Observa-se que o percentual de pessoas que recebiam outros rendimentos nessas Regiões, também, foi superior ao daquelas que recebiam quaisquer das outras fontes de rendimento não oriundas do trabalho.

Esse cenário pode ser explicado, em parte, pelo perfil etário mais jovem de sua população, se comparada as demais Regiões, e ao fato de apresentarem significativa parcela de beneficiários de programas sociais.

A categoria aposentadoria e pensão registrou os maiores percentuais nas Regiões Sudeste (13,8%), Sul (15,7%) e Centro-Oeste (9,6%), que tem uma população mais envelhecida.

Rendimento médio mensal real da população residente com rendimento de todas as fontes

Observando-se a série histórica, de 2012 a 2014, o rendimento médio real de todas as fontes teve queda de 4,0% (de R$ 2 022 para R$ 1 939). Em 2015, porém, a estimativa sofreu queda de 2,6% e passou a ser de R$ 1 990. Em 2017 e 2018, foi seguida pelo crescimento de 2,6%, quando passou de R$ 1 756 para R$ 1 951, e por estabilidade em 2019 (R$ 1 910). Com a pandemia do novo coronavírus, o rendimento médio de todas as fontes sofreu uma queda de 3,1% em 2020 (R$ 1 850) e de 9,1% em 2021, sendo estimado em R$ 1 682 neste último ano.

De 2020 para 2021, a queda desse rendimento ocorreu principalmente nas Regiões Nordeste (10,9%) e Norte (7,0%).

De todos os trabalhos

O rendimento médio mensal real habitualmente recebido de todos os trabalhos (calculado para as pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência), atingiu o maior valor da série em 2012 (R$ 2 221), entretanto, foi estimado em R$ 1 967 em 2021, registrando redução de 11,4% no período.

Assim como observado no rendimento total (todas as fontes), as Regiões Nordeste (R$ 1 706) e Norte (R$ 1 862) registraram os menores valores para o rendimento habitual do trabalho.

De outras fontes

De 2012 (R$ 1 100) a 2015 (R$ 1 145) o rendimento médio mensal real proveniente de outras fontes acumulou ganho de 5,0%. Em 2016 (R$ 1 042) registrou perda de 9,0%, que foi revertida nos dois anos 2017 e 2018 – com expansão de 2,1% e 21,7% (R$ 1 295), o maior da série. Em 2019, a estimativa apresentou relativa estabilidade, atingindo o valor médio de R$ 1 223. Em 2020, contudo, o rendimento de outras fontes registrou queda, de 6,4%, baixando para R$ 1 144, tendência mantida em 2021, quando o rendimento médio de outras fontes foi estimado em R$ 936, levando a estimativa ao menor valor da série histórica.

Rendimento do trabalho

Massa de rendimento médio mensal real de todos os trabalhos da população ocupada

Em 2021, o rendimento habitualmente recebido de todos os trabalhos resultou em uma massa mensal de rendimento de aproximadamente R$ 595 milhões. Analisando a série histórica, a massa de rendimento teve movimento de expansão entre 2012 (R$ 608 milhões) e 2014 (R$ 624 milhões), com posterior queda entre 2015 e 2017 e recuperação de 10,7% entre 2017 (R$ 549 milhões) e 2019 (608 milhões), que foi interrompida em 2020 (R$ 576 milhões) devido ao início da pandemia do novo coronavírus (redução de 5,3%).

Dentre os fatores que ajudam a explicar a queda da massa de rendimento do trabalho da população ocupada, entre 2020 e 2021, está a redução do rendimento médio de todos os trabalhos, que preponderou sobre o aumento da população ocupada no período.

A menor massa foi registrada pela Região Norte (12,9 bilhões). Em todas as Grandes Regiões houve tendência de queda da massa de rendimento do trabalho entre 2020 e 2021, explicadas pela redução do rendimento médio do trabalho.

Desigualdade cresce, exceto para o rendimento de todos os trabalhos

A pesquisa também mostra a desigualdade de renda no Acre em 2021. Após relativa estabilidade em 2019 (0,559) e queda em 2020 (0,515), o Índice de Gini do rendimento médio mensal domiciliar por pessoa aumentou em 2021 (0,539). O Índice de Gini varia de 0 a 1 e quanto maior o índice, maior a desigualdade.

Entre 2020 e 2021, a desigualdade aumentou em todas as regiões, sobretudo no Norte e no Nordeste. São regiões onde o recebimento do auxílio-emergencial atingiu maior proporção de domicílios durante a pandemia de COVID-19 e que, por isso, podem ter sido mais afetadas com as mudanças no programa ocorridas em 2021”. A Região Nordeste se manteve com o maior índice de Gini em 2021 (0,556), enquanto a Região Sul apresentou o menor (0,462).

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