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Bocalom sobre subsídio da Prefeitura à empresa de ônibus: “Estamos fazendo isso para a sociedade”

Por MARIA FERNANDA ARIVAL, PARA CONTILNET

Bocalom em entrevista à imprensa/Foto: Maria Fernanda Arival/ContilNet

O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, falou em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (1) sobre o subsídio no valor de R$ 8 milhões para a empresa Ricco Transportes, aprovado na última quinta-feira (30) na Câmara de Vereadores.

“Não estamos fazendo nada com a empresa Ricco, estamos fazendo isso para a sociedade, porque se a empresa não tiver o pagamento da despesa dela, ela vai embora”, destacou.

Secretários e membros da RBTrans participaram do evento/Foto: ContilNet

“Esse recurso via subsídio, a gente está pagando a diferença da passagem que nosso usuário teria que pagar”, explica o prefeito.

O prefeito explica também que o dinheiro não é da Prefeitura, o dinheiro é de todos, que independente de classe social, contribuem para formar o recurso da Prefeitura. “Quando a gente evita que o usuário do transporte coletivo pague mais caro na passagem, você pega esse valor e distribui para todo mundo. Os mais ricos e os mais pobres acabam recebendo dessa diferença. Será que não é justo dividir esse custo?”, diz.

Bocalom comenta também sobre a gratuidade da passagem para idosos e o valor da passagem do estudante, no valor de R$1,00. “Nunca disseram para a sociedade que a gratuidade do idoso e o aluno paga 1 real, cai nas costas de quem? do usuário. Vocês acham que a empresa vai transportar 24% de gratuidade de graça? Isso não existe. O ônibus tem que rodar, tem pneu, combustível e pagar funcionário”, explica.

Segundo o prefeito, quando a empresa Ricco veio trabalhar em Rio Branco, o petróleo custava R$5,40, a empresa teve prejuízo porque havia poucos passageiros no sistema e ao longo do tempo subiu o número de pessoas utilizando o transporte público e a empresa equilibrou as contas, mas com o aumento do combustível, desequilibrou novamente.

“Eles fizeram uma conta e vieram para cima da prefeitura, estamos há uns 40 dias discutindo isso. Nós aprovamos o subsídio de 1,45, que foi apenas para equilibrar as contas da empresa, pois R$1,45 mais R$3,50, na realidade a passagem seria R$4,95, só que os estudos que foram feitos pela nossa equipe da RBTrans, o valor daria R$6,76, quando se coloca preço de pneu, peça e funcionário. A gente negociou com a empresa e ela vai trabalhar a R$4,95. A prefeitura não está dando dinheiro para a empresa, está dando para o usuário que não precisa pagar essa diferença”, explica.

Licitação

De acordo com o prefeito, a licitação deve ser publicada em, aproximadamente, 15 dias. Além disso, será realizada uma audiência pública para ouvir a sociedade, de como deve ser feita essa licitação.

“Acredito que em 15 dias devemos colocar a licitação no Diário Oficial. Depois disso tem o prazo normal e vamos ver como vai ficar a disputa entre as empresas, a gente espera que seja o mais rápido possível para que a nova empresa assuma o sistema. Nós disponibilizamos R$8 milhões, previsto para cinco meses, se a licitação acontecer em 90 dias, tudo bem. O dinheiro vai ser visto por mês, pela quantidade de passageiros transportados”, diz o prefeito.

Entenda o caso 

Nesta semana, alegando prejuízo diário de R$ 40 mil devido ao aumento no valor do diesel, a empresa divulgou que pediu rescisão do contrato e que só atua na cidade até o dia 27 de julho. Por meio de nota, a Ricco comunicou que fará a prestação de serviço nesse período apenas mediante repasses da prefeitura para que seja garantido o pagamento dos salários dos empregados da empresa.

Após a prefeitura sinalizar o repasse milionário, o Ministério Público do Acre instaurou um inquérito civil, nessa quarta-feira (29), para apurar possíveis irregularidades na contratação emergencial da empresa Ricco. A investigação busca saber de que forma foi conduzido o processo de contratação emergencial da empresa pela Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (RBTrans).

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