24 de abril de 2024

Gêmeos unidos pelo crânio foram separados por equipe médica de brasileiros em 9 cirurgias feitas no SUS

Bernardo e Arthur eram gêmeos siameses. Estes brasileiros nasceram unidos pelo crânio, mas, aos quatro anos de idade, foram separados em uma cirurgia bem-sucedida feita pelo SUS. Os procedimentos, que duraram 33 horas, foram realizados na última semana.

Os cirurgiões conseguiram realizar a separação dos gêmeos com sucesso depois de treinar a realização dos procedimentos através de um equipamento de realidade virtual. Foram nove cirurgias no total.

Crianças foram separadas depois de procedimento complexo feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS)

Os gêmeos viveram por quatro anos juntos pela cabeça. Além de compartilhar 15% da massa cerebral, os gêmeos também tinham uma importante artéria passando pelo local de união.

“Esses gêmeos se enquadraram na classificação mais grave, mais difícil e com mais risco de morte para os dois. Quando você tem 1% de chance, você tem 99% de fé”, detalha o neurocirurgião Gabriel Mufarrej, responsável pela cirurgia.

O procedimento foi feito no Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, ligado à Fiocruz. Ele contou com apoio de Noor ul Owase Jeelani, do Great Ormond Street Hospital, em Londres, no Reino Unido, especialista no procedimento e líder do projeto Gemini Untwined, que pesquisa a separação de gêmeos siameses.

“A separação bem sucedida de Bernardo e Arthur é uma conquista notável da equipa no Rio e um exemplo fantástico de por que o trabalho da Gemini Untwined é tão valioso. Não fornecemos apenas um novo futuro para as crianças e as suas famílias, como equipamos os estabelecimentos de saúde locais com as capacidades e a confiança para realizar um trabalho tão complexo e bem sucedido, novamente no futuro”, afirmou Jeelani à Sky News.

O sucesso do procedimento foi celebrado pelos pais e pela equipe de médicos e enfermeiros. Em entrevista ao Fantástico, a médica pediatra Fernanda Fialho disse que o acompanhamento no pós-operatório também foi importante.

“A gente queria que eles aprendessem a andar, a desenvolver a linguagem, eles estavam no hospital e os instintos são precários. Mas a gente colocava eles no chão, cortou o cabelo deles, fez festa de aniversário, ensinou eles a falar… A gente se sente parte da família”, relembrou.

Agora, a equipe de médicos seguirá realizando procedimentos de separação a partir de agora, continuando a parceria com o projeto Gemini Untwined.

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