O fundo do caiaque de um pescador esportivo ficou “recheado” de candirus (peixes-vampiros) durante uma pescaria em Porto Velho. A invasão aconteceu após João Cordeiro fisgar e puxar uma pirarara para dento do caiaque (veja no vídeo acima).
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O peixinho candiru, que mede menos de 5 centímetros, é conhecido e temido na Amazônia pela fama de se alimentar de sangue e também por penetrar orifícios humanos.
A pesca aconteceu no rio Madeira nesta semana e apesar dos vários encontros que já teve com o ‘peixe vampiro’, João, durante a gravação do vídeo, se mostrou surpreso pela quantidade de candirus dentro da pirarara e depois com os que ficaram no caiaque.
São vários os encontros que João Cordeiro já teve com o ‘peixe vampiro’. Em uma das ocasiões ele fisgou um peixe que teve a metade do corpo devorado pelo pequenos candirus e em outro registro, o ‘peixe vampiro’ tentava comer viva uma arraia.
João faz os registro, por meio da câmera acoplada no boné, para disponibilizar em seu canal no Youtube.
Ele é pescador esportivo, que tem a atividade também conhecida como “pesque e solte”. Consiste em fisgar o peixe, não para consumo ou comércio, mas pelo prazer de pescar. Nesse esporte os pescadores pesam, medem e fotografam o animal antes de devolvê-lo à água.
Tipos de candirus
O candiru tem a anatomia do corpo preparada para ajudar na sua camuflagem em “águas brancas”, que são aquelas com presença de sedimentos, comuns do Rio Madeira, em Rondônia.
Conforme a doutora em desenvolvimento sustentável do trópico úmido, Carolina Rodrigues da Costa Doria, que atua na Universidade Federal de Rondônia (Unir), no rio Madeira há dois tipos de candirus.
“O candiru vampiro vai precisar [se alimentar] do peixe vivo para poder viver. Ele é comum no Rio Madeira, em áreas conhecidas como águas brancas. O outro é o candiru-cação, ele também é comum em águas brancas, mas esse não penetra em corpos de indivíduos vivos, esse se alimenta de peixes que já estão quase mortos, em decomposição ou estado de putrefação”.
O candiru, conhecido como ‘peixe vampiro’, é da família Trichomycteridae, que engloba mais de 280 espécies, com cerca de 40 gêneros. Segundo especialistas, ele é um parasita, se alimenta de outros peixes e pode chegar a medir até 30 centímetros.
Cuidados ao entrar na água
Por conta do calor amazônico, muitas pessoas têm os rios como opção para se refrescar e não é incomum acidente com seres humanos.
A vestimenta adequada para entrar nas águas dos rios é a principal forma de evitar com que esses bichos entre em orifícios humanos, segundo pontua o biólogo Flavio Terassini.
“Eles podem entrar tanto pelo nariz, ouvido, própria boca, ânus e região genital. Os candirus sentem o odor do sangue e urina e acabam penetrando na região genital. Por isso não é recomendado entrar na água dos rios amazônicos com ferimentos recentes que possam sangrar, não urinar na água e sempre utilizar trajes de banho que cubram os órgãos genitais”.