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ONGs estão sobrecarregadas e fazendo o trabalho do município, diz ativista

Por NANY DAMASCENO, DO CONTILNET

Stopboxstudio/Istock

Diante do crescente número de denuncias registradas pelas redes sociais a respeito de mau trato animal, o ContilNet entrou em contato direto com membros responsáveis pelas ONGS, e ativistas das causas animais.

À reportagem, a advogada e ativista Vanessa Facundes denunciou uma situação muito além do conhecimento público, afirmando que o Centro de Zoonoses segue passando a responsabilidade do município para as Organizações Não Governamentais (ONGs).

“As ONGS seguem sobrecarregadas, realizando o trabalho do Município, uma vez que as leis municipais que preveem o que o Zoonoses tem que fazer, que é recolher, acolher, castrar, abrigar, e identificar os animais em situação de risco, não são assistidas, e os reais responsáveis não fazem nada o que manda a Lei de 2017, que trata de posse e guarda. O Estado e o Município não tratam a questão como deveria, e sempre que são solicitados, informam superlotação e enviam os animais as ONGS’, finalizou Vanessa.

Vanessa Facundes pe defensora da causa animal/Foto: reprodução

Não é incomum ver compartilhamentos nas redes sociais onde mostram os bonito, mas difícil e oneroso trabalho das ONGs nos resgates de animais em situações crueis de abandono, maus tratos. Para cuidar deles é necessário tratamento em clínicas e muitas dessas Ongs, mesmo contando com descontos em clínicas parceiras, vivem no vermelho e com dívidas a pagar.

A reportagem contatou o gerente do departamento de controle de zoonoses de Rio Branco, e conversou com o médico veterinário Herbert Oliveira.

Questionado a respeito da situação e da atuação do órgão diante da crescente onda de denúncias e nítida proliferação de animais de rua, o gerente disse que o centro de zoonoses não é responsável pelo total controle da situação.

Herbert informou que o papel do centro é realizar a retirada de bichos dos espaços públicos, e tratá-los com atendimento médico, ressocialização, e alimentação, castrando os animais, e quando possível, disponibilizando para doação.

“Realizamos um trabalho contínuo na retirada dos animais de rua dos espaços públicos, tratando de todos conforme as necessidades de cada um, que são relativas. Existem animais sociáveis, que rapidamente são adotados, enquanto outros precisam ser assistidos pelo departamento do bem-estar animal, e encaminhados posteriormente à coordenação da área de doação, departamento assistido pelo médico Joel Pereira Dias”, explicou.

Ele acrescenta que as adoções não são um problema para o órgão, pois de acordo com Herbet, os animais que não podem ser adotados a curto prazo, são devidamente tratados de seus traumas e saúde, e depois, disponibilizados para adoção. No entanto, a gerência explicou que o processo é acompanhado pelo coordenador Joel Lima, que identifica o perfil dos voluntários, e só então, libera os bichos para doação.

Disse ainda que, quando a conclusão do processo de reabilitação do animal, que começa no acolhimento, e é finalizado na adoção, demora mais do que o esperado, o centro sofre a superlotação, e por uma óbvia questão de logística, e pensando primeiramente no bem dos bichinhos, o acolhimento é suspenso por tempo determinado, e em seguida a rotatividade é reorganizada,

O centro de zoonoses tem capacidade atual para comportar 69 cães, e 45 gatos segundo a informação da gerência.

Quando questionado sobre possíveis projetos de melhorias direcionados ao bem-estar dos animais, Herbert informou que o Município de Rio Branco já projeta a construção de um novo espaço, destinado ao acolhimento em maior escala dos animais em situação de risco.

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