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Conheça o acreano de escola pública que virou embaixador aos 15 anos e já fez vários intercâmbios

Por REBECA MARTINS, PARA O CONTILNET

Em frente ao predio principal de Phillips Academy Andover, o Samuel Hall. Tirada em 2022. Andover, Massachusetts. Foto: Arquivo pessoal

Felipe Storch de Oliveira, de 29 anos, foi jovem embaixador aos 15 e fez diversos intercâmbios para o exterior. Ele concluiu o ensino médio em escola pública no Colégio José Rodrigues Leite e, mesmo antes de terminar, fez a viagem a Washington D.C, capital dos Estados Unidos.

Felipe relata que sempre teve interesse em aprender inglês e foi quando a família começou a ganhar o Bolsa Escola que conseguiu a oportunidade de fazer um cursinho pago, pois na época não existia estudo de línguas de forma gratuita no estado. Em 2009 passou no programa Jovem Embaixador e em janeiro de 2010 viajou para Washington.

Para ele, o ambiente inicialmente causou um choque cultural, ele ficou com uma família norte-americana e pôde acompanhar de perto a rotina dessas pessoas. O grupo de jovens, que ele estava junto, com pessoas de vários estados brasileiros foram também ao Banco Mundial, a Rádio Voz da América e aprenderam sobre as estratégias de comunicação estadunidense, também visitaram a casa branca e conheceram Michelle Obama, esposa do ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama.

Tirada na Franklin & Marshall College, Lancaster, Pennsylvania. Premio de “ex-aluno de ouro, concebido à jovens e emergentes lideres entre o corpo de ex-alunos da Franklin & Marshall College”. Premio concedido em setembro de 2022 junto à outros premiados. Foto: Arquivo pessoal

Essa experiência fez com que percebesse que apesar da sua realidade aqui no Acre, ele poderia conquistar muito. “Além do contato com os Estados Unidos, minha relação com os demais jovens aqui do Brasil tornou a viagem ainda mais enriquecedora”, diz Felipe.

Depois desse programa, Felipe continuou participando de outros. Morador do bairro Nova Estação, foi a outros lugares do mundo como Índia e Equador. Sua trajetória através dos estudos passou por:

– Phillips Academy Andover – é uma das escolas de ensino médio mais antigas dos Estados Unidos, fundada em 1778 em Massachusetts. É uma escola integral e residencial com taxa de admissão de 13%. Ela provê bolsas de estudos integral para estudantes com base na renda familiar.

– Niswarth (“Não por si só”, em Hindu) é um programa de intercâmbio para estudantes da Phillips Academy Andover. Neste programa, estudantes viajam para a Índia por um mês e aprendem sobre a cultura do país, vivem com uma família indiana e fazem serviços comunitários diversos.

– Franklin & Marshall College é uma faculdade localizada em Lancaster, Pennsylvania. É uma das faculdades mais antigas dos Estados Unidos, fundada em 1787. Fez bacharelado com foco (“majors”) em economia e estudos ambientais.

– Bolsa da Davis International Scholars – USD 100,000.00 que foi dada para cobrir metade dos custos de um ano de ensino médio e quatro anos de universidade. A outra metade foi financiada com recursos da Phillips Academy Andover e Franklin & Marshall College.

– No total, USD 280,000.00 em bolsas para fazer ensino médio e faculdade.

Filho de cabeleira e mecânico, Felipe conta que os pais não arcavam com suas despesas pois não podiam, mas que ele conseguiu participar através de muito estudo e interesse.

Desde o Jovens Embaixadores em 2010, o acreano Felipe Storch atua com projetos sociais em ONGs na Região Amazônica. Felipe é formado em Economia e Estudos Ambientais pela Franklin & Marshall College, Pensilvânia.

Atualmente está concluindo um mestrado em Administração de Empresas (MBA) em Finanças na Fundação Getúlio Vargas. Trabalhou na gestão de projetos e programas na Agência das ONU para Refugiados (ACNUR) e no Instituto Socioambiental (ISA). Em ambos, ele apoiou ONGs de assistência a indígenas, refugiados e migrantes na região amazônica na gestão de programas e capacitação.

Hoje ele é Coordenador de Subsídios para um projeto de cooperação com a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) de resposta ao Covid-19 nos nove estados da Amazônia Brasileira.

Felipe disse que muitas pessoas que têm essas mesmas oportunidades preferem se estabelecer no exterior, mas ele voltou ao Brasil porque ama seu país e pretende contribuir para transforma-lo em um lugar melhor. E, para os jovens do estado, Felipe deixa uma deixa uma mensagem: “A gente costuma ter sonhos e às vezes aparecem pessoas que dizem que é impossível, mas nunca deixem uma dificuldade familiar ou o contexto dizerem que você não é capaz, com dedicação e persistência é possível”.

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