Acreana fica presa em onda de protestos no Peru e mãe pede ajuda: “Pessoas estão morrendo”

Uma onda de protestos vem tomando conta do Peru, país vizinho do Acre, após a queda do então presidente eleito, Pedro Castillo, em dezembro do ano passado. Os manifestantes pedem a saída da presidente que tomou o poder, Dina Boluarte. Os confrontos são armados e um cenário de guerra eclodiu.

Por ser um país que faz fronteira com o Brasil através do município acreano de Assis Brasil, alguns acreanos que moram ou estavam visitando o país, acabaram presos e impossibilitados em retornar ao Acre.

Morando há 13 anos em Puerto Maldonado, Renata Marcondes, filha de 24 anos da acreana Luciana Nascimento, está vivenciando de perto a crise política instaurada no país. Ao ContilNet, ela diz que precisou pedir ajuda das autoridades brasileiras para conseguir alertar sobre a situação que a filha e centenas de outros brasileiros passam.

“Os brasileiros que estão lá hoje estão passando dificuldade, o gás está muito caro, não tem gás na cidade, estão cozinhando no fogão a lenha, combustível não tem e nem o alimento, que é o mais importante”, explica.

Como noticiado mais cedo pelo ContilNet, Luciana explica que os peruanos estão indo até o município de Assis Brasil, em busca de produtos básicos que não são mais encontrados nas prateleiras dos mercados peruanos.

Veja também: Peruanos lotam posto no Acre para revender combustível no país vizinho; VÍDEO

“Os próprios peruanos estão passando dificuldade. São filas muito grandes para pegar comida. Assis Brasil já está sem combustível, eles estão comprando e levando pra vender lá por preços exorbitantes. Um galão de 6 litros de gasolina está custando cerca de 200 reais”, disse.

Foto encaminhada pela acreana à reportagem do ContilNet. Nela, é possível ver a população saqueando frutas de mercado.

De acordo com os relatos da filha, Luciana disse que os brasileiros estão sendo saqueados pelos manifestantes. “Tem muitas barreiras. Quando eles não te prendem ou te saqueiam, você tem que pagar uma cota muito alta para poder passar”.

Desesperada, a acreana resolver pedir socorro para conseguir ajudar não só a filha, mas todos os brasileiros que residem no país vizinho.
“Eles precisam dessa força, dessa união. Pessoas estão morrendo”, desabafa.

Pelo menos 50 pessoas já morreram durante o confronto. A orientação da Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp) é que os acreanos não viajem para o local nesse período de tensão política, por conta dos atentados.

PUBLICIDADE