O mês de abril é dedicado às campanhas de conscientização sobre o espectro autista. É importante que nesta data, o assunto ganhe visibilidade e dê voz a população acreana que enfrenta dificuldades no acesso aos direitos desse público.
Este é o caso de Kayã. Sua mãe Jayanne Melo, de 39 anos, enfrentou dificuldades para conseguir o diagnóstico e está a mais de 2 anos tentando ter acesso ao benefício para o menino pelo INSS.
Segundo ela, em 2018 seu filho teve uma crise convulsiva, e a partir disso foi feita a investigação do seu caso. No entanto, uma neuropsicóloga só deu seu laudo de Transtorno do Espectro Autista (TEA), em dezembro de 2021.
Essa demora teria sido causada pela precariedade na rede de saúde pública para pessoas com TEA, além de não haver certos profissionais especializados na área, levando-a a ter que pagar valores altos pelo atendimento particular.
No primeiro semestre de 2022, Jayanne entrou com o pedido do benefício no INSS, que depois de meses de espera, foi negado. A mãe, que atualmente está desempregada, precisa do benefício para poder proporcionar uma melhor qualidade de vida ao seu filho, comprando seus remédios e o levando às terapias, por exemplo, já que mora em local afastado, no bairro Vila Acre.
Ainda conforme o seu relato, no próprio INSS, ela teria sido orientada a entrar com um advogado. Algumas pessoas que trabalham no local teriam lhe afirmado que seria “causa ganha”, e disseram que 98% das pessoas entram com um advogado. Também foi lhe passado uma indicação de advogado no local. E até então, a mãe continua sem respostas.
“Preciso do auxílio porque ele (Kayã) precisa fazer os acompanhamentos dele, e às vezes, até o medicamento não tem no SUS e preciso comprar. Eu quero esse benefício pra poder dar uma expectativa melhor pra ele, pra melhorar a vida dele”, endossou Jayanne.