Nesta segunda-feira (10), diversos membros e representantes das madeireiras e produtores rurais embargados em razão das investigações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), se reuniram em reunião na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac).
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O embargo foi instituído devido à Operação Metaverso, a nível nacional, que ocorre em estados como o Acre, Amazonas, outras regiões do Norte e parte do Nordeste. Tanto em áreas particulares, projetos de assentamento e outras localidades.
Segundo o presidente em exercício da Aleac, Pedro Longo, a reunião tem o objetivo de ajudar, escutar e dar uma solução nos embargos, de modo geral, para que depois sejam também revistos os casos mais específicos.
Ainda foi anunciado que na próxima quinta-feira (13) haverá audiência pública, mas resolveram antecipar essa conversa para agilizar os procedimentos. Ademais, foi destacado que não houve nenhuma denúncia, mas o embargo foi uma ordem federal e que o problema só seria resolvido permanentemente após a conversa com a esfera federal.
O discurso dos representantes da categoria de produtores rurais e também dos madeireiros apontou as consequências dos embargos, como ordens de despejo, desemprego e o aumento no preço dos produtos locais.
Foi encaminhado um ofício à Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para tratar desse assunto, que atingiu cerca de 95% do setor do estado e em um momento de muita aflição para os acreanos por conta da alagação. Marina ainda não respondeu pois está em uma viagem internacional em agenda oficial, mas a expectativa é que se reúna junto à bancada nesta semana.
“O Acre precisa é de uma política séria de regularização fundiária, precisamos de tecnologia. Nós que lidamos com a terra e colocamos a comida mesa, precisamos ser respeitados”, ressaltou o representante Sindicato Rural de Rio Branco, Rosemilson.
As primeiras medidas concretas tomadas pelo governo Gladson foram anunciadas durante a reunião na Aleac. Segundo o secretário Alysson Bestene – que representou o Governo -, está sendo levantado um relatório individualizado de cada área embargada. A (Semapi) tem previsão de realizar esse mapeamento até a segunda-feira.
Com o relatório de todas essas áreas, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas (Semapi) realiza de 17 a 20 de abril um mutirão de atendimento aos proprietários rurais que tiveram as áreas embargadas.
Além disso, será instituída uma comissão estadual para a elaboração plano de recuperação da vegetação nativa, assistência técnica e rural aos produtores, equipe técnica disponibilizada aos órgãos para agilizar o atendimento dos proprietários rurais, priorizar através de contratação de crédito recuperação das áreas degradadas e apoio à agricultura familiar.
O governo calcula um período de 4 a 6 meses que essas medidas para sejam efetuadas.