Nova perita do Acre que fez promessa à Nossa Senhora terá o esposo como chefe

João Thiago, ao falar da conquista da esposa, disse que está mais feliz do que ela

Na noite de segunda-feira (29), o governador Gladson Cameli empossou mais de 400 servidores do Estado, incluindo 13 peritos da Polícia Civil do Acre (PCAC). Dentre os empossados, está a nova perita Simone Haeser Ferreira Marinheiro, de 39 anos.

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Simone, a nova perita da Polícia Civil do Acre. Foto: Juan Diaz/ContilNet

O caso de Simone, além de emocionante, é curioso, pois agora o seu esposo, João Thiago, será seu chefe. João é perito há 13 anos e atualmente está como direitor do Instituto de Criminalística da Polícia Civil do Acre, onde ficam lotados a maioria dos peritos criminais.

Para Simone, que aguardava o momento da posse há 7 anos, desde que fez o concurso, o fato de seu esposo ser seu chefe já vem sendo amadurecida. “A gente tem uma relação muito de companheirismo a vida toda, eu espero que a gente não encontre problemas. Eu vou ser disciplinada, cumprir a ordem direitinho. Então, quanto a isso, a gente está tranquilo”, disse ao ContilNet.

João Thiago e Simone. Foto: Juan Diaz/ContilNet

A nova perita disse que o maior medo é a mudança de profissão, visto que anteriormente atuava como contadora da Fazenda e agora vai desempenhar o papel de perita criminal. “É uma mudança muito drástica de profissionalismo, mas também eu desenrolo, está tranquilo”, disse Simone, rindo.

Ao falar sobre a posse, a nova perita fala no sentimento de alívio. “É um sonho de 7 anos e a gente pensou muito, idealizando esse sonho, mas sempre vinha um balde de água fria, com mudanças de governo e a gente nunca tinha certeza que ia dar certo, fica naquela esperança, mas você tem que continuar caminhando e ate que deu certo. Hoje é um sentimento de gratidão e que bom que deu certo, toda a família está muito contente”, explica.

João Thiago e Simone. Foto: Juan Diaz/ContilNet

João Thiago, ao falar da conquista da esposa, disse que está mais feliz do que ela. “Eu sou muito ansioso, então hoje eu estou mais feliz que ela, porque é um sonho nosso, uma conquista realizada de muitos anos, não foi somente esse concurso, como os outros que ela também passou e hoje ela pode escolher o que é melhor para ela”, disse.

Simone, João Thiago e a filha. Foto: Juan Diaz/ContilNet

João Thiago e Simone são casados há 21 anos, com uma filha de 20 anos e uma pequena de 4 anos. O diretor do Instituto de Criminalística ressaltou que a expectativa agora é de muito trabalho. “Até ontem nós éramos 37 peritos criminais em todo o estado e agora entrou mais 16, vai aumentar um pouco o número, mas a gente não vai conseguir atender todos os municípios, a gente tem muito trabalho aqui na capital e muito trabalho em outros municípios. A parte da minha esposa é a parte de contabilidade, tem muitos crimes na parte contábil e ela vai ter muito trabalho”, explicou.

João Thiago também falou sobre ser chefe da esposa e afirmou que são coisas diferentes. “Acho que uma coisa é marido e mulher e outra coisa é o trabalho. A sociedade vai vir primeiro, o trabalho vai vir primeiro e nada do pessoal vai interferir nisso”, ressaltou.

João Thiago, diretor do Instituto de Criminalística da Polícia Civil do Acre. Foto: Juan Diaz/ContilNet

‘Fé’ guardada no armário

Durante a entrevista ao ContilNet, Simone fez um testemunho. A nova perita conta que fez o concurso de 2017 e todas as conversas apontavam para uma não contratação. “Chamaram a primeira turma, fizeram o curso e nos bastidores ficou aquela conversa de que não iam chamar mais, eu sou do cadastro de reserva e uma tia do João Thiago, que é muito católica, viajou para Roma e trouxe de lá uma imagem de Nossa Senhora das Graças. Eu fui procurar saber porque eu estava ganhando um presente e não sabia. Fui saber da história de Nossa Senhora das Graças e conta a história que quem tem a medalhinha, vira amuleto e o pedido que você fizer para Nossa Senhora, ela vai conceder se foi com fé”, disse ela.

A Medalha de Nossa Senhora das Graças no armário da polícia. Foto: Cedida

“Eu peguei e comprei várias medalhinhas e entreguei uma para o João Thiago e pedi para colocar lá no armário da polícia técnica, que um armário vai ser meu e Nossa Senhora vai me dar essa vaga, se eu não conseguir resolver aqui nesse plano, ela vai resolver para mim e a medalinha está lá e ela resolveu o que era impossível. Hoje eu sou devota e agradeço porque o pedido foi ela que atendeu”, afirmou.

Simone conta que desde então nunca mais tirou a medalha do pescoço e que tem certeza que foi Nossa Senhora que proveu o armário e a vaga.

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