Junho é o mês em que se celebra a diversidade, e o orgulho LGBTQIA+. Esse mês tem objetivo de reforçar a importância de discutir as temáticas que envolvem gênero e sexualidade. Para debater sobre o tema, o Podcast do ContilNet recebeu nesta sexta-feira (16), Michelle de Sá, mulher trans e servidora pública federal e Gabriel Santos, empresário e proprietário do único bar do LGBTQIA+ de Rio Branco, o Recanto Club.
O bate papo foi mediado pelo jornalista Everton Damasceno e pelo advogado Matias Vogt.
Nas últimas décadas, alguns direitos já foram conquistados, a exemplo, a criminalização da homofobia. Porém, essa parte da população ainda enfrenta muitos desafios, é o que relata Michelle de Sá:
“Hoje há mulheres trans e LGBTs indo para lugares que antes não eram bem-vindas. Temos pessoas exercendo cargos públicos e cargos de poder se identificando como LGBT. Costumo dizer que para LGBT nada é fácil. Quantas mulheres trans tiveram que ceifar suas próprias vidas para que eu tivesse um nome civil? Hoje, talvez eu nem usufrua dos direitos que eu reivindico, mas meus tataranetos poderão usufruir”, relata.
A luta e os movimentos por direitos da população LGBTQIA+ se fortaleceram no final da década de 1970. Gabriel Santos destaca a luta pela garantia de direitos:
“É um avanço civilizatório na verdade, que a gente possa existir sem que direitos básicos nos sejam negados. Para a população trans essa luta sempre foi difícil e por um tempo ainda vai ser muito difícil”, pontua.
O movimento, antes protagonizado por homens homossexuais, passou a ser integrado e protagonizado por outros grupos também marginalizados por sua orientação sexual ou identidade de gênero, como lésbicas, bissexuais, transexuais, dentre outros. Gabriel ressalta a importância de reconhecer as individualidades de cada grupo:
“Dentro da população LGBT tem seus recortes também. Quando a gente fala de um homem gay, branco e de classe média, a gente está falando de um tipo de pessoa LGBT. Agora quando falamos de uma mulher trans e periférica, estamos falando de outra pessoa LGBT. São realidades diferentes, com dificuldades totalmente diferentes”, explica.
Michelle diz que se considera uma rebelde, já que caminhou de encontro com um discurso estigmatizante e estereotipado. “Eu falo que eu me rebelei, porque decidi não ficar restrita a isso. Eu vou estudar e vou ocupar um espaço onde não me querem, mas vou estar lá. Esse espaço também é meu por direito. Usei minha rebeldia para acessar lugares que até então diziam: aqui você não entra”, ressalta.
A servidora destacou, ainda, a importância do apoio na luta pela causa LGBTQIA+. “Você não precisa ser trans para apoiar um movimento trans, assim como não precisa ser negro para combater o racismo, ou ser gay para apoiar a causa LGBTQIA+. É uma questão de empatia e humanidade, essa pauta tem que ser de todos, não só de esquerda ou direita.
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