ContilNet Notícias

PT diz que respeita qualquer decisão de Marcus Alexandre e quer aliança com MDB em 2024

Por Everton Damasceno, ContilNet

Por mais que tudo aponte para uma união no cenário político do campo progressista, entre o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e o Partido dos Trabalhadores (PT), na formação de uma chapa para disputar a Prefeitura de Rio Branco nas eleições de 2024, nada está definido, até mesmo quando o assunto é o ex-prefeito Marcus Alexandre – nome preferido nas pesquisas sobre quem deve comandar a capital acreana nos próximos anos.

Daniel Zen, presidente do PT; Marcus Alexandre; e Flaviano Melo, presidente estadual do MDB/Foto: Colagem

Isso ficou claro a partir de uma entrevista que o presidente do PT no Acre, Daniel Zen, concedeu ao ContilNet, nesta quarta-feira (5), após o MDB anunciar oficialmente que tem o interesse de apoiar Marcus no próximo pleito – fato que provocou a saída do deputado e também postulante ao cargo de prefeito, Emerson Jarude, do partido que está sob o comando do ex-deputado Flaviano Melo.

SAIBA MAIS: Após MDB escolher Marcus Alexandre, Jarude se despede do partido: “O fim”

Marcus Alexandre, que está desfiado do PT desde o final do ano passado, por ter assumido um cargo no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), não se manifestou sobre o assunto e também não declarou para qual partido deve ir.

“Primeiro: nada está definido sobre isso. Marcos decidindo ir para outro partido ou voltar para o PT não vai alterar a consideração que temos por ele e a importância da sua trajetória política. Mas prefiro não comentar sobre isso porque qualquer coisa dita pode atrapalhar o processo. Ele é um grande político e as portas do PT continuam abertas para ele, mas a gente entende que essa decisão de filiação é muito pessoal”, disse.

Zen acrescentou que o ex-prefeito de Rio Branco sempre tem dialogado com o PT a respeito dos movimentos que tem feito e sobre as conversas que estão acontecendo com outros partidos, inclusive o MDB.

“Uma coisa é você se desfiliar conversando, dialogando. Outra coisa é, você, de repente, sem conversar, sem dialogar, decidir mesmo estando filiado apoiar candidatos de outro partido. Isso é totalmente diferente. Ele [Marcus] está avaliando,  analisando a conjuntura, chamando para conversar, dizendo que quer estar junto independente de qualquer coisa. Aí é diferente, uma relação respeitosa. Nesse sentido, ele tem sido irrepreensível. Esse é o Marcus Alexandre, um cara legal, que joga o jogo da política às claras, sem subterfúgio, sem traição, sem rasteira, sem esconder as coisas”, continuou.

E se o MDB encabeçasse a chapa?

Sobre a possível aliança com o MDB, o presidente do PT disse que “todos os cenários são possíveis no campo democrático” e que não vê problema na possibilidade de o MDB encabeçar a chapa na disputa pela Prefeitura:

“Hoje, o PT aqui no Acre está disposto a uma aliança com o MDB e com os demais partidos progressistas. Eles já me chamaram lá pra conversar, para analisar cenários e possibilidades. Não tem nada definido ainda, mas a gente tem conversado com os dirigentes de todos esses partidos que compõem esse chamado campo progressista, que vai da esquerda passando pelo centro até a centro-direita democrática. Nós estamos conversando muito” .

“Essa aliança é uma possibilidade que tem que ser considerada. Não estou dizendo que é isso que vai acontecer ou que é isso que a gente vai concordar, entendeu?! Estou dizendo que a gente não descarta essa possibilidade, que é possível da nossa parte. Não teríamos nenhuma objeção, por princípio”.

Para Zen, só não é possível dialogar com “radicais e extremistas”.

“A gente só não vai conversar com os radicais, com os extremistas, com bolsominion. A gente não tem conversa com quem pediu o fechamento do congresso, do STF, esses aí. Uma coisa que unifica esse campo democrático é o respeito às instituições e à democracia”.

Ao final da entrevista, quando questionado se disputaria algum cargo em 2024, Zen foi enfático:

“Não serei candidato a nada. Estou na universidade, pesquisando, dando aula, seguindo com meu doutorado. Assumi a direção do PT para ajudar nesse trabalho de construir uma candidatura comprometida com o bem-estar das pessoas”.

Sair da versão mobile