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Convocada por Bittar, Marina discursa na Comissão de Meio Ambiente e critica ‘ogronegócio’

Por Matheus Mello, ContilNet

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, foi ouvida nesta quarta-feira (23), durante uma audiência pública na Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal.

Marina Silva durante Audiência Pública na Comissão de Meio Ambiente. Foto:Edilson Rodrigues/Agência Senado

A participação de Marina foi requerida pela presidente da CMA, senadora Leila Barros (PDT-DF), e pelo senador do Acre, Marcio Bittar (União Brasil).

Marina iniciou o pronunciamento falando sobre um problema debatido atualmente por vários países: as mudanças climáticas. A ministra declarou que a questão afeta diretamente as populações mais vulneráveis e que agora em 2023, quase 20 anos após assumir o MMA pela primeira vez, o trabalho é ainda mais desafiador.

“Estamos novamente fazendo um esforço de olhar para a gestão pública, não com o olhar apenas de uma gestão, ou de um governo, ou de um partido. Mas com o olhar de quem pensa a governança ambiental brasileira. Temos trabalhado muito para que o Brasil faça jus às potências que ele é. Uma potência ambiental, uma potência agrícola e uma potência hídrica. E graças a essas qualidade temos imensas vantagens comparativas que devem ser transformadas em vantagens competitivas. Mas talvez agora tenhamos que pensar em vantagens comparativas e vantagens distributivas”, disse a acreana.

“Mudanças climáticas não podem mais ser vistas como ‘naturais’, mas estão relacionadas a justiça climática e racismo ambiental”, completou a ministra.

Ogronegócio

A senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura do governo Jair Bolsonaro, questionou Marina se ela seria favorável a mudanças no Código Florestal Brasileiro.

A ministra foi incisiva e declarou que “é hora de implementar a lei e não de se promover alterações no texto”.

Marina aproveitou ainda para diferenciar o agronegócio do ‘ogronegócio’, termo que trata sobre produtores agrícolas responsáveis pelo desmatamento ilegal no país. A utilização do termo causou indignação na ex-ministra.

Comissão de Meio Ambiente recebeu a ministra a pedido do senador Marcio Bittar. Foto:Edilson Rodrigues/Agência Senado

Tereza Cristina pediu que Marina não repetisse o termo, por não representar o setor agrário.

Em resposta, Marina declarou que a afirmação é necessária para diferenciar os produtores que agem na legalidade, já que o setor “que paga alto preço em relação aos contraventores”.

“São 2% que prejudicam o conjunto da obra. Então, existem o agronegócio e o ogronegócio, ao qual me referi. Não vamos generalizar nem o bem, nem o mal. Não temos compromisso com o erro, e o que é certo vamos querer aprofundar cada vez mais”, completou Marina Silva.

CPI das Ongs

Além da participação na Comissão de Meio Ambiente, Marina também foi solicitada na Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga as transferências de recursos do governo federal para ONGs de defesa da Amazônia Brasileira.

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O pedido foi feito novamente pelo senador Marcio Bittar, que é o relator da comissão. Ainda não há data para a participação da ministra.

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