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Xland: jogador pede bloqueio de salário de ex-companheiro após investir em empresa acreana

Por Suene Almeida, ContilNet

A justiça de São Paulo rejeitou na última segunda-feira (31) o pedido do jogador Gustavo Scarpa para que seu ex-companheiro de time, William Bigode, tivesse parte do salário bloqueado, com intuito de pagar parte do prejuízo após investimento através da empresa Xland. Na ocasião, foi solicitada, ainda, informações da justiça acreana sobre um lote de pedras alexandritas, avaliadas em mais de R$ 2,5 bilhões, apreendidas em posse da gestora de investimentos de cripto Xland que estavam em poder da empresa Sekuro Private Box.

SAIBA MAIS: URGENTE: Xland some de São Paulo e justiça tenta localizar sócios no Acre

Foto: Reprodução

“Por proêmio, pugna pelo arresto, a recair sobre os bens dos sócios da empresa WLJC e o percentual de 30% do salário do requerido Willian, junto ao seu empregador e ex-empregador, que dividem o pagamento da sua verba salarial”, afirma o juiz na decisão. Em outra palavras, ele não autorizou o bloqueio do salário para pagar as dívidas. A decisão ainda cabe recurso por parte da defesa de Scarpa.

 “Até que se esclareça a destinação das referidas pedras preciosas, fica indeferida a pretensão de arresto sobre os bens dos sócios da requerida WLJC”, pontuou o magistrado.

De acordo com a XLand, o malote das pedras pesa 20,8kg e é avaliado em US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões). O advogado de Scarpa havia ajuizado pedido para que o malote ficasse sob a custódia da Justiça, mas o juiz Daniel Fadel de Castro, da 10ª Vara Cível, porém, determinou que o malote permaneça sob a custódia da Sekuro Private Box S/A, com quem a gestora de investimentos mantinha contrato. A apreensão se deu no dia 13 de julho.

“O teor da decisão não é uma surpresa para a defesa, sobretudo diante dos irrefutáveis fundamentos que foram invocados na apresentação do pedido, que é coerente e pertinente”, disse o advogado Bruno Santana, advogado de Willian Bigode, em nota enviada ao Estadão. “O magistrado, em reverência à própria decisão proferida em março de 2023, qual determinou o arresto das pedras de alexandrita em garantia a eficácia de possível futura sentença, atendeu ao pleito da defesa e determinou a expedição de ofício a 1ª Vara Federal Cível e Criminal da Seção Judiciária do Acre, a fim de obter informações e os esclarecimentos”.

A XLand é acusada de causar um prejuízo milionário aos jogadores Gustavo Scarpa e Mayke, quando atuavam juntos no Palmeiras. Willian Bigode, que indicou a gestora aos atletas quando jogava no time paulista por meio da sua consultora WLJC, também alega ter sido lesado.

Scarpa tenta reaver R$ 6,3 milhões do aporte financeiro da XLand, que teria sumido com o dinheiro do jogador.

Relembre o caso

Os problemas com a XLand começaram em 2022, quando Scarpa e Mayke tentaram resgatar a rentabilidade aplicada, no entanto, não tiveram sucesso após seguidas negativas e adiamentos da XLand. Ao tentar romper o contrato, os jogadores também não receberam o valor devido.

Após seguidos contatos com os sócios da XLand, registraram um boletim de ocorrência contra a empresa acreana. Desde então, o processo corre na Justiça de São Paulo, ainda sem decisões proferidas sobre culpabilidade dos réus.

Os advogados dos jogadores tomaram conhecimento de que a empresa não tem mais endereço válido São Paulo, assim como seus sócios.  Por conta disso, foi solicitado à justiça que envie cartas precatórias a endereços no Acre, com o intuito de localizar os donos da Xland.

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