Em um longo discurso na sessão da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) desta terça-feira (5), a deputada Michelle Melo (PDT), finalmente se pronunciou após ser destituída do cargo de líder do governo Gladson Cameli.
A parlamentar relembrou que foi convidada por Gladson no começo deste ano para assumir o comando da base governista por conta da sua ‘autenticidade e carisma’. Michelle declarou que agiu com aquilo que o próprio governador havia pedido quando fez o convite, que ela “ajudasse o governo e não batesse palmas”.
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“Jamais seria uma líder omissa, negligente e que não levasse os problemas da população como ordem do dia”, disse Michelle.
Sem apontar uma causa clara de sua saída, Michelle disse que o governo teve dificuldade de alinhamento, articulação e diálogo. “Quem não sabe onde chegar, qualquer caminho serve”.
Usando o slogan do governo, “visão de futuro, governo de todos”, a deputada alfinetou o Executivo expondo várias metas que não foram cumpridas por Gladson e de problemas enfrentados pelo governo do Estado.
“Visão de futuro pra mim é tirar o Acre do mapa da violência. Visão de futuro não expulsa famílias inteiras e as deixam passando necessidade em frente à Aleac, enquanto as autoridades fazem fotos. Ter visão de futuro é trabalhar para que os índices educacionais subam nas estatísticas de desenvolvimento e não caem, como tem acontecido”.
Michelle lembrou que não foi comunicada sobre a retirada do cargo e que soube da decisão pelos jornais locais. A deputada disse que a suposta causa pela sua destituição poderia ter sido as críticas feitas na semana passada sobre a expulsão das famílias da comunidade Terra Prometida, no bairro Irineu Serra. “Os assessores do governo garantem à imprensa que foi a minha retirada da liderança. Então estou extremamente satisfeita. Porque é digno, nobre, é valoroso. Enquanto aqui estiver eu vou lutar para que nenhuma criança passe fome e esteja estirada em um colchão no chão”.
Além disso, a deputada declarou que a encara os últimos acontecimentos como uma “resposta de Deus”.
“Pedi muito a Deus que ele abrisse portas para que eu pudesse ser uma líder que construísse um diálogo franco e verdadeiro, e principalmente honrar o compromisso que fiz com o governador. Eu encaro todos esses últimos acontecimentos como uma reposta de Deus na minha vida, me dizendo que ainda precisa de mim no contra-ponto, fazendo uma nova política”, disse.
Michelle finalizou ironizando e apontando para um caminho que deverá seguir na oposição do governo. “Vocês não imaginam o prazer que é estar de volta”.