Há uma sabedoria antiga que diz que a única constante na vida é a mudança. Essa afirmação é tão verdadeira hoje como sempre foi. No entanto, enfrentar mudanças, sejam elas pessoais ou profissionais, pode ser uma montanha-russa emocional.
Essa semana, estava em uma palestra sobre Gestão da mudança, em que a mestre e excepcional profissional Ana Carolina Damasco fala sobre o Modelo Kübler-Ross, originalmente aplicado na compreensão do luto, mas que pode nos oferecer insights valiosos sobre a gestão da mudança e, rapidamente comecei a adaptar para a proteção das nossas emoções, “sobre como proteger nossas próprias emoções diante das reações dos outros”.
Elisabeth Kübler-Ross identificou cinco estágios que uma pessoa passa ao enfrentar uma perda: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Esses estágios também podem ser aplicados à maneira como as pessoas reagem à mudança. Mas como podemos aplicar essa compreensão para administrar nossas próprias emoções quando os outros à nossa volta estão passando por esses estágios?
Aqui está a chave: O comportamento dos outros não pode interferir em nossas próprias emoções. É como se cada um de nós fosse uma ilha no oceano, e as emoções dos outros fossem as ondas que podem nos atingir, mas não nos afundarão se soubermos como navegar.
Uma parábola antiga pode ilustrar isso. Conta-se que um sábio mestre e seu discípulo estavam meditando à beira de um rio. De repente, um porco selvagem furioso veio correndo na direção deles. O discípulo entrou em pânico, mas o mestre permaneceu calmo, simplesmente levantou os pés e permitiu que o porco passasse correndo. Quando a ameaça passou, o discípulo perguntou ao mestre por que ele não havia se preocupado. O mestre respondeu: “O porco selvagem trouxe sua própria raiva consigo; por que eu permitiria que sua raiva se tornasse a minha?”
Da mesma forma, quando enfrentamos a raiva, a negação ou a resistência dos outros diante da mudança, podemos escolher não absorver essas emoções. Aqui estão algumas dicas para administrar nossas próprias emoções e manter nossa paz interior:
1.) Pratique a Empatia: Tente entender de onde vêm as emoções das outras pessoas. Isso pode ajudar a separar suas emoções das delas.
2.) Mantenha Limites Saudáveis: Lembre-se de que você tem o direito de definir limites emocionais e escolher como deseja se sentir em relação à situação.
3.) Cultive a Resiliência: Fortaleça sua própria resiliência emocional através de práticas como meditação, exercícios e busca de apoio emocional quando necessário.
4.) Comunique-se: Abra um diálogo construtivo com aqueles que estão passando por dificuldades na mudança. Às vezes, a comunicação pode esclarecer mal-entendidos e ajudar a dissipar emoções negativas.
5.) Foco na Aceitação: Lembre-se de que, assim como a mudança é inevitável, a aceitação também é uma escolha. Aceitar que você não pode controlar as emoções dos outros é um passo importante para preservar sua própria paz interior.
A gestão da mudança não é apenas sobre a adaptação às circunstâncias externas, mas também sobre a preservação de nossa própria estabilidade emocional. Lembre-se de que, assim como o sábio mestre à beira do rio, podemos escolher não permitir que as ondas das emoções alheias afundem nosso barco interior.
Paz, para a sua vida.
Maysa Bezerra
Coach e escritora
