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Por conta da seca, crianças indígenas morrem vítimas de Síndrome Diarreica no Juruá

Por Suene Almeida, ContilNet

No período de um mês, pelo menos duas crianças indígenas teriam morrido em decorrência de Síndrome Diarreica em Cruzeiro do Sul e outras cinco crianças estão internadas no Hospital do do Juruá, uma delas, entubada.

As duas crianças que morreram eram de etnias diferentes, uma morava no estado do Acre e a outra no estado vizinho, na cidade de Ipixuna, Amazonas. Já a criança que está entubada, será transferida para Rio Branco, via Tratamento Fora do Domicílio (TFD).

Foto: Reprodução

Segundo informações do médico Rondney Brito, uma das crianças teria morrido antes mesmo de chegar ao hospital. Enquanto a outra morreu na quinta-feira, após dar entrada na unidade e ter uma parada cardíaca. De acordo com o médico, ela estava com diarreia infecciosa e complicações eletrolíticas.

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O médico fez, ainda, um alerta sobre outras crianças indígenas estarem dando entrada na unidade em estado grave e associou a situação à seca na região, já que os povos indígenas ficam mais vulneráveis ao consumirem água contaminada dos rios.

“Isso é resultado da seca na região, com o consumo de água dos rios, de má qualidade com animais mortos e fezes de animais. Com a questão cultural, os indígenas estão mais vulneráveis. 90 % dos casos das Síndromes diarreicas são de indígenas, que já chegam com 7 dias doentes. Na zona urbana de Cruzeiro do Sul, os casos não evoluíram com gravidade”, disse.

Foto montagem com ilustração de terra seca para refletir acerca do potencial risco que as terras indígenas do Acre já enfrentam com a seca extrema. Alexandre Noronha/Agência de Notícias

O médico finalizou cobrando ações estratégicas das autoridades públicas para tentar prevenir e apurar as mortes causadas por este momento de seca severa no estado.

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