A ativista Ângela Mendes, filha mais velha do sindicalista Chico Mendes, falou, nesta segunda-feira (13), sobre suas impressões a respeito da reinauguração da casa onde viveu e morreu o mártir do movimento ambiental internacional, no centro de Xapuri, em dezembro de 1988. O imóvel foi revitalizado depois de cinco anos fechado.
A reinauguração do imóvel, que funciona como uma espécie de pequeno museu ou centro de memória do sindicalista, mereceu comentários da ministra do Meio Ambinte e Mudanças Climáticas, Marina Silva, que foi companheira de lutas de Chico Mendes, e de seus familiares, como o ativista Raimundo Barros, o “Raimundão”, primo do sindicalista. Agora, foi a vez de Ângela Mendes.
“Depois que todo mundo já falou sobre, quero eu dizer o que significa esse espaço, essa “casinha feita à mão”, como descreveu Edgar Zapata, bisneto de Emiliano Zapata, líder da revolução mexicana contra os latifundiários por lá”, disse a ativista.
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“Essa casa foi o lugar aonde tive o último contato com meu pai ainda vivo, ele na rede querendo assistir o jornal na sua TVzinha antiga e eu sentada no chão ao seu lado, desviando sua atenção. Já anos depois de seu assassinato, eu resolvi entrar lá, não passei da salinha, olhar praquele corredor, o quarto aonde passamos alguns poucos momentos felizes me destruiu e saí de lá aos prantos, foi uma experiência dolorosa pra mim e não entrei mais lá”.
Depois dessas emoções, Angela disse que, na reinauguração do espaço, pensou: “Dessa vez eu consigo. Afinal já se passou tanto tempo, mas que nada, ao entrar estacionei no mesmo lugar e tudo se repetiu”, afirmou.
Ângela Mendes disse ainda que até hoje, 35 anos após o assassinato de seu pai, vive as boas lembranças, que foram proporcionais ao tempo em que estiveram juntos, com “a responsabilidade de manter vivo o seu ideal. Espero estar conseguindo”, disse.