Entenda porque o ‘carro do fumacê’ não foi utilizado no combate a dengue no Acre

O fumacê serve como uma alternativa barata para a prevenção da doença. Nele, veículos circulam as ruas da cidade, diariamente, pulverizando um inseticida

O Acre vem enfrentando um aumento significativo nas notificações de dengue nas últimas semanas. O disparo nos casos fez a população questionar a ausência de uma medida utilizada no combate ao mosquito transmissor da doença: o fumacê.

Caro do fumacê não foi medida utilizada neste ano pela Sesacre/Foto: Tony Winston

O fumacê serve como uma alternativa barata para a prevenção da doença. Nele, veículos circulam as ruas da cidade, diariamente, pulverizando um inseticida contra o mosquito da dengue.

Durante coletiva de imprensa realizada nesta semana, o secretário de Saúde do Acre, Pedro Pascoal, explicou os motivos da medida não ter sido aplicada neste ano no estado. Segundo ele, o fumacê tem um baixo índice de mortalidade dos mosquitos transmissores.

“O fumacê é medida de último caso. Porque o risco supera o benefício. Apenas 40% dos mosquitos são acometidos com o fumacê. Nós só matamos 40% dos mosquitos com fumacê. Ele é tóxico para o ser humano. Além disso, não adianta eu matar o mosquito, sendo que as larvas não são atingidas pelo fumacê. O mosquito dura em média 30 dias e produz até 450 ovos desses ovos. Dessas larvas, eu vou ter as larvas e de 8 a 10 dias elas vão virar o mosquito já na fase adulta”, explicou.

Pedro Pascoal em coletiva à imprensa/Foto: Juan Diaz/ContilNet

Por outro lado, a Prefeitura de Rio Branco já realizou o uso do fumacê na capital. Porém, de uma maneira diferente. Foram utilizados agentes de endemias, que de pé, fizeram a aplicação do inseticida UBV, como forma de prevenir possíveis focos do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da Dengue, Zica e Chikungunya.

Agentes de endemias fazem a borrifação do fumacê no Horto Florestal/Foto: Val Fernandes

Situação de Emergência 

Em uma edição extra do Diário Oficial do Acre, o governo do Estado decretou situação de emergência por conta do aumento significativo dos casos de dengue. Só nas últimas semanas, houve um crescimento de 106,6% nos casos da doença. O decreto é válido por 90 dias.

Dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, revelam que o estado do Acre teve o segundo maior crescimento no número de casos de dengue do país no ano de 2023, quando comparado ao ano anterior, 2022.

SAIBA MAIS: Governo decreta situação de emergência por conta do aumento de casos de dengue no Acre

De acordo com os dados, entre as Semanas Epidemiológicas (SE) 1 a 48 de 2023, foram notificados 5.445 casos prováveis de Dengue no Acre, que representa um aumento de 106,6% em relação ao mesmo período de 2022, tendo sido confirmados 3.755, dos quais 29 apresentaram sinais de alarme e 2 foram classificados como Dengue Grave. Além disso, os dados mostram que não há registro de óbitos pela doença.

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