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Separação de gêmeas siamesas que dividem coração e pulmões é impossível, diz médico

Por Suene Almeida, ContilNet

Um caso raro chamou atenção no Acre nos últimos dias, se trata da gravidez de Alice Fernandes Brito Silva, de 18 anos, que espera gêmeas siamesas. O diagnóstico foi dado após um exame de ultrassonografia.

Alice e seu marido, Adriano Silva, são do município de Brasiléia, moradores do seringal Santa Luzia, colocação Natal, com acesso no km 84 da BR-317 (Estrada do Pacífico), no sentido a Assis Brasil.

O caso foi diagnosticado pelo ginecologista e obstetra Jolcimar Jean Alecio, que atua há anos no Alto Acre. Foi ele quem identificou a gravidez das gêmeas siamesas.

Em entrevista ao AC24horas, o médico explicou que este se trata de um caso raro e que as gêmeas não poderão ser separadas em razão de compartilharem o mesmo coração e pulmão.

“Esses casos são considerados muito complexos devido a que os fetos compartilham órgãos vitais como coração e pulmão, sendo impossível a separação fetal. Porém, sempre requer avaliação de equipe multidisciplinar, em centros especializados, para definir sobre conduta e prognóstico”, pontuou.

Após constatação da rara gravidez, o obstetra de imediato explicou a situação e encaminhou a paciente para a capital acreana, Rio Branco, para realização de novos exames.

“Sempre sou muito sincero com os pacientes. De imediato, chamei o casal e familiares que estavam presentes e expliquei sobre a alteração encontrada, e encaminhei para a maternidade Barbara Heliodora, para melhor avaliação dos fetos, também por serviço de cardiologia fetal”, informou.

Perguntado a respeito das possibilidades de separação das gêmeas após o nascimento, ele disse que em razão de haver o compartilhamento de órgãos vitais, o procedimento é considerado impossível, mas destacou a importância de uma avaliação por equipe multidisciplinar em centro mais avançado.

Em todo o Brasil foram registrados nos últimos 11 anos, pouco mais de 500 nascimentos de gêmeos siameses. Existem vários tipos de casos, classificados de acordo com a parte do corpo pela qual estão unidos.

O caso do Acre

O casal descobriu a raridade da gestação após dois exames feitos. No segundo, o exame mostrou que ela estava esperando as duas meninas, mas o médico que realizou o procedimento não explicou a condição rara da gravidez.

SAIBA MAIS: Caso raro: casal de agricultores espera gêmeas siamesas que dividem um só coração

“Na primeira ultrassom que fiz, com um mês, o médico falou que era só um bebê. Depois fiz outro na Unilab, em Brasiléia, quando descobri que eram dois bebês, duas meninas, mas o médico não me disse que elas estavam emendadas. Ele viu tudinho, mas não falou nada. Na semana seguinte, fui com o doutor Jean [Alécio], que foi quem nos informou da situação”, explicou.

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