Vídeos mostram agressão em escola e choro de dor de menino que morreu
Por Metrópoles
Imagens mostram o menino Carlos Teixeira, de 13 anos, sofrendo agressões dentro da escola e chorando de dor em casa. Ele morreu na última terça-feira (16/4) depois que dois estudantes pularam em suas costas, conforme relato do pai da vítima, Julysses Fleming.
Carlos estudava na Escola Estadual Júlio Pardo Couto, em Praia Grande, no litoral de São Paulo. No dia 19 de março, alunos da unidade hostilizaram o adolescente, que chegou a levar uma chave de braço no pescoço de um deles. A data do registro foi confirmada pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc).
Em nota enviada nesta sexta-feira (19/4), a Seduc afirmou que repudia toda e qualquer forma de agressão e de incitação à violência dentro ou fora das escolas. “Na época, ao tomar ciência do caso apresentado, a gestão escolar acionou o Conselho Tutelar e os responsáveis do aluno. Também registrou o ocorrido no aplicativo do Conviva”. O app é uma plataforma do governo do estado para registro de ocorrências no ambiente escolar, incluindo agressão, bullying e racismo.
A pasta já havia informado que a Diretoria de Ensino de São Vicente, no litoral, instaurou uma apuração preliminar interna do caso e colabora com as autoridades nas investigações.
Carlos Gomes, de 13 anos, morreu após agressões em escola/Fotos: Reprodução
Carlos Gomes, de 13 anos, morreu após agressões em escola/Fotos: Reprodução
Carlos Gomes, de 13 anos, morreu após agressões em escola/Fotos: Reprodução
vídeo gravado pelo pelo pai de Carlos, Julysses Fleming, mostra o adolescente chorando de dor e relatando que foi agredido por um estudante na escola em que estudava.
O Metrópoles tentou entrar em contato com a família da vítima, para confirmar a data do registro, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.
Nas imagens, Carlos responde, com dificuldade, a perguntas feitas pelo pai. O adolescente diz o nome e a turma do agressor (censurados no vídeo). Em seguida, Carlos confirma que o estudante pulou em cima dele e diz que suas costas doem quando respira. O adolescente relata ainda que nem estava brincando com o colega.
À TV Bandeirantes, Julysses disse que procurou a direção da unidade de ensino, mas foi “desprezado” no local. Segundo ele, o diretor respondeu que os envolvidos eram crianças e que, por isso, se resolveriam entre si.
O pai foi chamado pela subdiretora para comparecer à escola, no dia 19 de março – mesma data do vídeo – por conta de uma emergência ocorrida com Carlos. Uma funcionária disse que o menino teria caído da escada, informação que foi desmentida imediatamente pelo jovem. Ele afirmou ter sido agredido por três alunos.
Julysses disse que pediu três vezes por uma reunião com os pais dos agressores, mas todas as solicitações foram negadas pela subdiretora.
Após o ocorrido, a vítima começou a relatar muitas dores nas costas, seguidas de falta de ar, calafrio e febres muito altas. Ainda segundo o pai, Carlos foi levado ao Pronto de Socorro Central da Praia Grande, onde foi liberado após tomar uma injeção na região da coluna.
O tratamento não cessou as dores e o pai teria levado o adolescente outras vezes à unidade, mas recebeu diagnósticos equivocados de escoliose e dor nas costas. Além disso, Julysses disse ter sido questionado sobre uma possível agressão doméstica contra o filho e recebido indicação para tratamentos psicológicos para a vítima.
“[Ele] nunca teve escoliose, nunca teve falta de ar. Menino sempre foi caseiro, nadava comigo sempre no sítio, com fôlego e saúde”, afirmou o pai à TV Bandeirantes.