11 de junho de 2024

Juíza acreana fala de processo de adoção de sua filha: “parece que eu nunca tinha vivido sem ela”

Rosilene, natural do sertão da Bahia e filha de agricultores semianalfabetos, sempre teve um forte instinto maternal

Em comemoração ao Dia Nacional da Adoção, 25 de maio, conheça a história emocionante de Manu Santana dos Santos, de 1 ano e 6 meses, e da juíza Rosilene Santana. 

Em 22 de março, Rosilene e Anderson receberam o termo de guarda provisória e levaram Manu para casa/ Foto: Cedida

Rosilene, natural do sertão da Bahia e filha de agricultores semianalfabetos, sempre teve um forte instinto maternal. Aos 40 anos, decidiu adotar Manu, mesmo podendo ter filhos biológicos. Para ela, a adoção é um ato de amor a quem precisa de uma família.

“A gente tem essa ideia de que a adoção é a última forma de você ter filho, mas não podemos ver esse ato como uma coisa egoísta. Você tem que adotar por amor a alguém que está precisando de uma família, de uma mãe, de um pai. E a minha ideia de adoção surgiu desde muito cedo, acho que por eu ser a segunda filha mais velha, sempre tive meus irmãos mais novos como meus filhos”, diz à Agência de Notícias do Acre.

Quando conheceu o marido Anderson dos Santos, ele já tinha uma filha biológica e resistia à ideia de adoção. Isso mudou após visitarem um abrigo em Cruzeiro do Sul, onde Anderson se apaixonou pelas crianças. Foi então que Rosilene fez a habilitação para adoção.

“A gente sabe que ainda existe muito preconceito, no sentido do que a palavra passa, que é uma opinião formada antes do conhecimento. Mas, fomos conversando, amadurecendo, porque eu precisava que ele estivesse seguro também. É uma decisão conjunta. Quando a gente veio para o Acre, eu já tinha falado que quando chegasse aqui iria fazer a habilitação para receber a nossa criança”, declara a entrevistada.

A habilitação no Sistema Nacional de Adoção (SNA) durou de maio do ano passado até março deste ano. Em 22 de março, Rosilene e Anderson receberam o termo de guarda provisória e levaram Manu para casa.

“A assistente social me ligou, acho que foi dia 20 de março, e falou: ‘Tem uma criança aqui para vincular à senhora e queria saber se a senhora tem interesse na aproximação’. Eu só respondi pra ela: ‘que dia posso buscar minha filha?’”, conta ainda emocionada.

O Educandário Santa Margarida, em Rio Branco, recebe apoio do governo do Acre, que fornece recursos trimestrais de mais de R$932 mil. Recentemente, a instituição também recebeu doações de cestas básicas.

“O amor nasceu em mim mesmo antes da habilitação. Quando fiz a habilitação, eu já sentia esse amor no meu coração por uma criança, independentemente se fosse menino, menina, tanto que na minha habilitação não coloquei sexo, porque é como se fosse a gestação mesmo. E olha que coincidência interessante: fiz minha habilitação em maio e a neném chegou para mim em março. Dez meses, quase o período de uma gestação”, diz a juíza.

Como Adotar

Para adotar, é necessário o certificado no Curso de Pretendentes à Adoção, oferecido online pela Escola do Poder Judiciário do Acre. O processo de adoção é gratuito e deve ser iniciado na Vara de Infância e Juventude. A idade mínima para adotar é 18 anos, com uma diferença mínima de 16 anos entre adotante e criança.

O novo Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento permite pré-cadastro online. O site do Conselho Nacional de Justiça oferece um guia detalhado do processo.

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