Após ser empurrado, o pai agrediu o segurança. O vigilante alertou: “Não encosta em mim”. O homem desferiu outro golpe, e o segurança reagiu com um chute. O pai rebateu: “É minha filha, seu desgraçado. É uma criança”.
O Sindicato dos Vigilantes do DF lamentou o episódio. O órgão destacou que a UPA não teria número de médicos suficiente para o atendimento e, com isso, a população desconta a frustração e angústia nos seguranças.
Via de regra, vigilantes não têm atribuição de chamar os médicos. A função dos profissionais é cuidar da segurança e do patrimônio público. De acordo com a instituição, a quantidade de vigilantes nas UPAs seria insuficiente.
Segundo o sindicato, os problemas na rede pública se intensificaram após a transferência do atendimento de urgência e emergência dos hospitais para as UPAs.
O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) está ciente e lamenta profundamente o episódio de violência que aconteceu na UPA de Recanto das Emas na noite desta quarta-feira (29).
Informamos que, durante o período, a unidade em questão encontrava-se funcionando com um fluxo tranquilo e com a classificação vermelha com a porta zerada as 21:30.
A paciente H.M chegou acompanhada da família as 21:57, na mesma hora foi aberto a Guia de Atendimento de Emergência, a criança passou pela triagem e foi classificada como amarela as 22:16 e posteriormente passou pela evolução da enfermagem as 22:58.
Os pais trouxeram a informação de que a criança teria engolido um lacre de cerveja, com isso os médicos informaram como aconteceria o atendimento.
Primeiramente a criança passaria pelo médico da UPA que pediria um parecer para CIPE, por se tratar de um corpo estranho. Após o parecer ser aceito, o transporte seria solicitado para que a criança fosse transferida para o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), para realização do exame.
O pai da criança cobrou que ela fosse atendida imediatamente e cobra que o vigilante chame um médico, esse informa que a família deve esperar ser chamada na recepção. O pai se dirige ao vigilante de forma intimidadora, invadindo o espaço do funcionário resultando no reflexo do segurança. O IgesDF informa que está apurando todos os fatos da ação.
A mãe da criança decide então recusar o atendimento, acreditando que o procedimento demoraria e vendo que o esposo estava nervoso. A família se retira da unidade por conta própria falando que iria buscar diretamente um hospital.
O IgesDF repudia episódios como esse em que trabalhadores são impedidos de cumprirem sua missão, que é de salvar vidas, por serem agredidos covardemente por pessoas que também aguardam seus préstimos à saúde. Esse tipo de reação não resolve o atendimento e cria um ambiente hostil tanto para os colaboradores comprometidos em ajudar o próximo quanto para os pacientes que aguardam seus atendimentos de forma respeitosa.
Estamos acompanhando e investigando atentamente o ocorrido, comprometendo-nos a colaborar integralmente com as autoridades competentes. Temos monitorado cuidadosamente os casos de agressões enfrentados pelos nossos profissionais de saúde. Todas as nossas unidades trabalham com equipe de segurança para garantir a proteção tanto das instalações quanto dos funcionários. Essa medida visa coibir e reduzir tais ocorrências, contribuindo para uma assistência mais eficiente.