MPAC denuncia PMs envolvidos na morte de enfermeira por homicídio e fraude processual

O ContilNet já havia divulgado a conclusão do inquérito que indiciava os dois policiais pelos crimes

O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) denunciou os dois policiais militares envolvidos na morte da enfermeira Gessica Melo de Oliveira, ocorrida no dia 2 de dezembro de 2023, na BR-317, em Senador Guiomard. Os policiais foram denunciados pela prática de homicídio qualificado, com motivo torpe e com recurso que dificultou a defesa da vítima, e fraude processual.

O ContilNet já havia divulgado a conclusão do inquérito que indiciava os dois policiais pelos crimes de homicídio qualificado e fraude processual. Além disso, o MPAC também denunciou um deles por porte ilegal de arma de fogo.

Eles teriam disparado várias vezes contra o veículo da vítima, que estava em estado de abalo psicológico e desarmada/Foto: ContilNet

“Vamos requerer novamente a prisão deles e cobrar uma posição da Corregedoria para que eles sejam excluídos da corporação. Eles foram indiciados por homicídio qualificado com recurso que impossibilitou a defesa da vítima e por motivo fútil, pelo senhor Cleonizio, e também pelo sr. Gleyson, com fraude processual, porque os dois sabiam que ela não estava armada, mas para dar um ar de legalidade à covardia que eles fizeram, eles plantaram aquela arma para poder atribuir a ela a responsabilidade daquele armamento”, explicou a defesa em entrevista ao ContilNet no dia 18 de junho.

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Segundo o advogado, ficou comprovado que a arma havia sido plantada pelos policiais. No laudo, divulgado pelo ContilNet em março de 2024, a perícia identificou que na arma encontrada com Gessica no local do acidente, não havia DNA da enfermeira. “NEGATIVO para traço de DNA recente compatível com o DNA de Géssica Melo de Oliveira, sendo desta feita POSITIVO para a presença de traços genéticos MASCULINOS, na estrutura da arma, carregador e munições”, diz trecho do laudo.

Na denúncia, além de representar pela prisão cautelar dos policiais, também perdem que agentes percam o cargo, além do pagamento de indenização no valor mínimo de R$ 100 mil para a família da enfermeira.

Ao ContilNet, o advogado da família Walisson Reis, já havia informado que seria pedido, junto a denúncia, o pagamento da indenização e que os policiais fossem excluídos da corporação.

O caso

Segundo a denúncia, os acusados, juntamente com outros policiais, estavam envolvidos em uma tentativa de abordagem à jovem, após ela não ter parado em uma barreira policial. Eles teriam disparado várias vezes contra o veículo da vítima, que estava em estado de abalo psicológico e desarmada, causando a perda de controle do veículo e a sua morte.

Após os disparos, o corpo da enfermeira foi removido do local pelos acusados, sob a alegação de estar prestando socorro, quando na verdade, a intenção era alterar a cena do crime.

Um deles teria deixado uma arma de fogo ilegal na cena do crime, com a anuência do colega, para incriminar a vítima. A arma, de uso restrito e origem ilícita, não apresentava vestígios de material genético de Gessica, mas continha DNA masculino, reforçando a tese de adulteração.

O processo aguarda decisão judicial.

Com informações do Ministério Público do Acre

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