Conheça os novos filmes que estão sendo produzidos no Acre, a partir da Lei Paulo Gustavo

Lei é o maior investimento no setor cultural da história do Acre

Com quase R$22 milhões investidos na cultura do Acre, os projetos aprovados pela Lei Paulo Gustavo estão a todo vapor neste ano. Os recursos beneficiaram produções audiovisuais locais, apoio a amostras culturais, capacitação e formação de profissionais do audiovisual, além de festivais e mostras de cinema, cultura e arte do estado.

Produção do curta-metragem histórico “A Trégua da Flauta”/Foto: Reprodução/Silvio Margarido

O setor audiovisual foi um dos que ganharam destaque na lei – mais de R$15 milhões foram investidos nele por meio da lei. O Acre sempre teve uma produção ascendente de longas-metragem, curtas e séries (de ficção e documentários). Da década de 70, com os jovens da ECAJA Filmes até os anos 2020s com “Noites Alienígenas”, dirigido por Sérgio de Carvalho, vencedor de Melhor Filme no Festival de Gramado.

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Diante disso, confira alguns dos novos projetos desenvolvidos, a partir da Lei Paulo Gustavo. De documentários lançados sobre a farinha de Cruzeiro do Sul, passando por um “filme estrada”, até um longa sobre uma santa milagreira dos rios, a diversidade se reverbera em cada projeto acreano na lista.

“A Trégua da Flauta”, curta-metragem – dir. Silvio Margarido

O material terá 10 minutos e visa mostrar a Revolução Acreana através de um olhar mais próximo, explorando temas como a busca pela paz e também o papel da música como linguagem.

A narrativa é fictícia, mas se inspira em eventos reais e também irá retratar as mazelas causadas por uma guerra, ao mesmo tempo em que mostra os pequenos momentos de trégua e civilidade em meio ao combate.

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“Estrada a Fora”, ficção – dir. Teddy Falcão

“Estrada a Fora” é um filme que nos fez criar muitas memórias felizes!”, escreveu o diretor Teddy Falcão sobre o road movie – gênero de filmes que acompanham personagens em uma estrada pela estrada -, que se passará em terras acreanas.

Não se tem mais detalhes da trama, porém já foram publicadas algumas fotos de bastidores onde se pode ver detalhes da produção. Sem previsão de lançamento.

“A Lenda da Cobra Grande”, animação – dir. Enilson Amorim

Prometendo levar o misticismo das lendas acreanas para o mundo dos filmes animados, o filme está em fase de revisão de roteiro e dos storyboards – desenhos que ajudam a planejar uma cena de um filme.

O historiador e jornalista Enilson Amorim ao centro/Foto: Reprodução

“No entanto, estamos reunindo com minha equipe para fazer estas mudanças para depois seguirmos na construção das personagens e figurinos, afinal de contas, animação é algo que exige centenas de desenhos e produção de cenários diversos para compor todo enredo da história e essa atividade exige muita dedicação”, diz Enilson Amorim.

“Mercado de Histórias”, documentário – dir. Alcinete Damasceno

Documentário sobre três produtoras rurais contando como é sua relação com a terra e importância do Mercado para suas vidas.

Bastidores das gravações do documentário/Foto: Cedida

Elas falam, por exemplo, que no dia em que não vão trabalhar, que não vão para o mercado, afetam o seu emocional. Elas têm uma relação familiar com o mercado e com as outras pessoas que produzem e trabalham lá, diz a diretora.

“Bar da Luz Vermelha”, documentário – dir. Wellington Gomes Fraga

A produção conta a história de um prostíbulo famoso no Bairro 15, em Rio Branco, Acre. Ele ganhou notoriedade pela presença constante de uma luz vermelha acesa, dando origem ao termo “putas de barranco”.

O filme aborda questões sociais e históricas, mostrando como muitas mulheres trabalhavam lá para sustentar suas famílias/Foto: Cedida

O filme promete trazer à tona as histórias e vivências de um período emblemático para a comunidade local, revelando aspectos culturais e sociais do passado de Rio Branco. Previsão de lançamento: Outubro de 2024.

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“Amor Bandido”, documentário – dir. Kelen Gleysse Maia Andrade

O intuito da produção mostrar as negligências do poder público em relação à essas mulheres, assim como as dificuldades enfrentadas por elas, através do curta-metragem, mostrando que, apesar de estarem em conflito com a lei, merecem um mínimo de dignidade.

“Este curta-metragem se compromete a dar voz a elas e influenciar o poder público a adotar uma abordagem mais humanista em relação à causa das mulheres encarceradas”, diz autora/ Foto: Enilson Amorim

O projeto está em pré-produção, mas as pesquisas para sua execução já se encontram em estágio avançado. O documentário ainda não tem data de lançamento.

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“Farinha de Mandioca: O Ouro do Juruá”, documentário – dir. Vanísia Nery

O documentário retrata a história e produção da farinha de mandioca, uma das principais marcas culturais do município de Cruzeiro do Sul e da região do Vale do Juruá, sendo considerado um dos produtos de maior venda e exportação regional, produzido e comercializado por famílias de áreas rurais, genuíno da agricultura familiar, que traz agregado marcas históricas, culturais e sociais de um povo.

O documentário retrata a, considerada, melhor farinha do Brasil, que também é uma referência turística para o município, que realiza todos os anos o “Festival da Farinha”, uma festa cultural, que leva o nome do alimento.

“Maria Liberdade, a Santa do Rio dos Pássaros”, documentário – dir. Marcos Vinicius Neves e Rodrigo Campos

Com a presença da atriz e ex-BBB, Gleici Damasceno, o projeto contará a história de Maria da Liberdade, santa popular pelos seringueiros e outros moradores de Feijó. Segundo os ditos populares, ela chegou a curar cegos, mordidas de cobras, ferimentos de flechadas, além de ter o seu cadáver raptado e ser encontrado três dias depois intacto, sem nenhum estado de putrefação.

Gleici será uma das depoentes que falarão no contexto da violência sexual contra mulheres no Acre/Foto: Reprodução

O longa-metragem também refletirá sobre casos de violência sexual contra as mulheres acreanas – já que, em sua história, Maria da Liberdade foi estuprada.

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“Loucura do Orfanato” , curta-metragem – dir. Moisés Souza

Baseado no livro “A Loucura do Orfanato”, o curta-metragem “Abandonada no Orfanato” está sendo produzido. Dirigido por Moisés Souza e produzido por Júnior Souza, o filme conta a história de Manuela, criança negra com síndrome rara, que precisa enfrentar preconceito e traumas, devido à sua história.

Foto: Ilustrativa

Os responsáveis ainda deixam claro como buscaram fugir de estereótipos e caricaturas, mas retratar a protagonista com todos os seus momentos de drama, introspecção e momentos emocionantes. O filme está em desenvolvimento com produção executiva de Júnior Souza e direção de Moisés Souza.

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“Acre: A Revolução que o Brasil não Conta”, documentário – produzido pela Rio Branco Filmes

O projeto de produção desse documentário contará a história do estado do Acre e os principais episódios da revolução acreana.

Equipe da Rio Branco Filmes/Foto: Reprodução/Rio Branco Filmes

O longa-metragem é produzido pela Rio Branco Filmes. Não há mais detalhes até a publicação da matéria.

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