O enfermeiro suspeito de aplicar 4 doses de quimioterapia de uma vez em um paciente que morreu foi afastado até que o caso seja esclarecido. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (26) pela MedSênior. (leia abaixo a íntegra da nota)
O idoso Nilton Carlos Araújo, de 69 anos, fazia tratamento contra mieloma múltiplo. Segundo familiares, ele recebeu doses de quimioterapia previstas para todo o mês.
Nilton Araújo morreu na noite da sexta-feira (23) e fazia tratamento no hospital da MedSênior, no bairro Gutierrez, na Região Oeste de Belo Horizonte. A Polícia Civil investiga o caso.
Leia a íntegra da nota:
“A MedSênior lamenta profundamente o ocorrido e informa que está conduzindo uma investigação detalhada sobre o caso do paciente Nilton Carlos Araújo, com o objetivo de compreender todas as circunstâncias envolvidas e apurar fatos e responsabilidades. O funcionário foi afastado até a elucidação dos fatos.
A empresa manifesta seu imenso pesar e sua solidariedade à família, oferecendo apoio integral aos familiares, e reitera que tem como premissa seguir rigorosamente todos os protocolos estabelecidos para assegurar a integridade e a segurança de seus pacientes.”
Anteriormente, a empresa já tinha manifestado “imenso pesar” e dito que conduz uma “investigação detalhada” sobre o caso e que o paciente recebeu todo o suporte clínico.
Veja o que se sabe sobre o caso
O tratamento
O idoso fazia o tratamento contra mieloma múltiplo todas as segundas-feiras no hospital da MedSênior, no bairro Gutierrez, Região Oeste de Belo Horizonte. Na segunda-feira (19), um enfermeiro diferente do habitual ficou encarregado de administrar a quimioterapia e, segundo a família da vítima, aplicou quatro injeções, em vez de uma, conforme previsto pelo médico.
“Eu questionei o enfermeiro, porque era diferente do costume. Perguntei se eram quatro mesmo, ele disse que sim e aplicou uma atrás da outra”, relatou Carolina Araújo, filha de Nilton.
Retornou ao hospital
Ainda de acordo com o relato da filha, Nilton já começou a passar mal na tarde daquele dia. Retornou ao hospital, recebeu atendimento e voltou para casa. Entretanto, continuou com a saúde debilitada com o passar dos dias.
Na quarta-feira (21), a situação dele piorou e ele voltou ao hospital, de cadeira de rodas, e precisou internado.
“Continuei falando que ele tinha tomado quatro doses, mas ignoraram. Acharam que era uma infecção, deram antibiótico, remédio pra dor, mas ninguém sabia o que ele tinha. Estava lúcido, mas à noite sentiu falta de ar. De madrugada, foi entubado”, lembrou a filha de Nilton.
Transferência
O idoso ficou em coma induzido ainda na própria unidade da MedSênior, com estado de saúde instável, com alterações nos batimentos cardíacos e na saturação de oxigênio. Na quinta-feira (22), foi transferido para um hospital maior, no bairro Serra, Região Centro-Sul da capital.
“Ele ficou no outro hospital e lá já me avisaram que a situação dele era muito grave. A pressão dele foi abaixando, já não estava respondendo bem. Ontem (23) às 20h20 ele faleceu”, narrou Carolina.
Boletim de ocorrência
A família registrou um boletim de ocorrência na quinta-feira (22), quando o idoso foi entubado. A Polícia Civil disse que informações sobre as investigações serão divulgadas em momento oportuno.
‘A ponto de se curar 100%’
A filha de Nilton Carlos Araújo diz que, pouco antes da morte, a família e os médicos estavam esperançosos com a recuperação dele.
“Ele estava tão bem, a ponto de se curar 100%. Os médicos que cuidam ficaram bestas com a recuperação tão rápida do câncer. Ele respondia muito bem”, lamentou Carolina.