Renata Sayuri, 43 anos de idade, falou sobre o período que passou internada em uma fundação na cidade de São Sebastião do Paraíso, em Minas Gerais. “Recentemente, eu tive uma internação. Não foi a primeira. Tenho transtorno bipolar. Faço tratamento há 20 anos. A última internação, por acaso, saiu na imprensa. Não estou lutando contra uma doença ou um vício. Convivo com uma doença psiquiátrica há 20 anos”, disse.
Lembrada por trabalhos como apresentadora do Band Kids e atuações em novelas como Malhação, na Globo, e Pequena Travessa, no SBT, Renata afirmou que resolveu fazer o post para explicar seu quadro. “É possível conviver com uma doença psiquiátrica. Hoje em dia, existe tratamento — que não existia anos atrás. É plausível que as pessoas sintam curiosidade sobre o ambiente psiquiátrico porque viemos de um histórico de ambientes horríveis, como o caso de Barbacena”, disse ao citar o caso do Hospital Colônia de Barbacena, onde morreram pelo menos 60 mil pacientes até 1980.
A atriz fez um alerta com seu depoimento nas redes sociais. “Quem tem doenças mentais, sofrimentos psiquiátricos e quem é adicto tem direito a procurar ajuda. Não tem que ter medo ou vergonha para procurar ajuda e tratamento a seus diagnósticos. Vivemos um momento melhor”, disse.
Ela contou ainda que questionou profissionais da saúde se deveria falar sobre o tema. “Há 20 anos, quando tive meu diagnóstico, procurei uma terapeuta psicanalista, e a questionei como deveria agir em sociedade, se eu poderia falar para as pessoas e contar meu diagnóstico. Com a experiência dela, ela achou que era melhor não. Não que eu devesse esconder, mas não aconselhou que eu colocasse o assunto de forma aberta. Ela tinha razão. Há 20 anos, havia pessoas usando a doença como maneira de segregar as pessoas. Hoje, quando falo a respeito disso, não tenho mais o pavor ou o medo terrível de segregação, de preconceito, de ficar sem trabalho, sem amigos, de ficar à parte na sociedade”.
Renata falou sobre sua hospitalização. “A internação, às vezes, é necessária. Há hospitais preparados para o acolhimento humanizado. Encontrarão profissionais preparados para acolher adictos, como também quem tem problemas psiquiátricos, como eu.”