Clima de tensão marca julgamento de policial acusado de abusar sexualmente de três crianças de sua família

Everton Martins da Silva, de 47 anos, é casado com a avó das crianças e era considerado como avô, condição da qual ele se aproveitava para cometer os crimes, diz a denúncia

Na manhã desta terça-feira (5), é grande a movimentação nos arredores da sala das sessões de audiências da 2ª Vara Criminal do Fórum Desembargador Lourival Marques, na Cidade da Justiça, nos momentos que antecedem o anúncio de sentença, com condenação ou absolvição, do policial penal Everton Martins da Silva, de 47 anos. 

Segundo relatos, ele é casado com a avó das vítimas/Foto: Reprodução

Ele é acusado de abusar de três crianças menores, com idades de 5, 10 e 12 anos, além de também ter abusado das mães de suas crianças, as quais hoje são maiores de idade. Uma das mulheres adultas chama-se Crhys Azavedo e está no local disposta a contar o que aconteceu a ela no passado e agora, com seu filho, todos vítimas do mesmo homem, em datas diferentes.

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Everton Martins da Silva, é marido de Aurélia da Silva Santos, avó das crianças, as quais também o tinham como avô e padrasto, no caso das vítimas maiores e que foram abusadas no passado, quando ainda eram adolescentes.

A movimentação na 2ª Vara cujo juiz vai exarar a sentença em reação ao acusado, em juizado singular, ocorre em função da presença de testemunhas de defesa e acusação. A avó das crianças deve ser ouvida na condição de testemunha de defesa do acusado, já que ela não acredita nas versões de seus netos.

Everton Martins da Silva é policial penal há dez anos e está preso desde abril deste ano, UP-4, de segurança relativa e onde ficam presos de bom comportamento, localizada no bairro do Ipê, em Rio Branco. O caso veio à tona após as denúncias iniciais, que desencadearam uma investigação minuciosa por parte da Decav (Delegacia de Atendimento à Criança e Adolescente Vítima). A mãe de uma das vítimas, aquela criança de 5 anos, descobriu o abuso da filha quando foi dar banho na menina.

“Ela pediu que eu não molhasse as partes íntimas dela dizendo que estava ardendo e doendo porque o vovô havia mexido lá”, contou a mãe. “Foi um choque, porque eu sabia o que ele havia feito com crianças que ficaram adultos, duas primas do meu esposo, que é pai da minha filha”, disse a mulher. 

Uma parente do marido da mulher, que foi abusada quando criança e adolescente pelo mesmo homem, disse que seu filho, o menino de 10 anos, havia dito a ela que o avô havia metido o dedo nele, por trás.

Em suas redes sociais, na área de status sobre relacionamento, o acusado se identifica como em envolvimento num “relacionamento complicado”. 

A sentença sobre o caso deve sair apenas no final da tarde. Mesmo que testemunhas de defesa e acusação estejam em locais separados no ambiente da 2ª Vara, o clima é de tensão no local. As vítimas também estão presentes e devem ser ouvidas durante o dia de hoje, inclusive as crianças.

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