Funai se pronuncia sobre supostos conflitos entre indígenas e povos isolados no Acre

De acordo com a instituição a instituição preza pela política de não contato e reforça que não existe histórico monitorado de confronto entre as etnias envolvidas

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) se pronunciou acerca dos conflitos envolvendo povos isolados no Acre. Os indígenas conhecidos como Mascho Piro, invadiram as terras da aldeia Extrema, na TI Mamoadate entre Sena Madureira e Assis Brasil. 

Funai afirma que  não existe histórico recente de conflitos/Foto: Reprodução

A Funai foi alertada sobre a aproximação do grupo isolado e logo iniciou suas ações, realizando conversas com a comunidade e outras instâncias administrativas.

“A Funai reafirma o seu compromisso com a promoção e proteção dos povos indígenas e informa que segue presente no território prestando assistência aos indígenas Manchineri e aos Mascho Piro, respeitando a política de não contato adotada pelo Estado brasileiro com relação aos indígenas em isolamento voluntário.

E, por isso, esclarece que não há histórico recente de conflito entre as etnias e que segue monitorando a presença dos indígenas isolados na região, por meio da Unidade Etnoambiental, localizada na aldeia Extrema, da Coordenação Regional em Alto Purus e da Frente de Proteção Etnoambiental Envira, unidades descentralizadas da Funai”, disse em nota. 

Entenda

O povo Mascho Piro é considerado o maior povo isolado existente no mundo atualmente e saqueou a aldeia de Extrema no último dia 31 de outubro.

Rastros deixados pelos isolados na areia da praia do rio Iaco, que fica próxima a aldeia Extrema/Foto: Junior Manxineru

A  liderança da aldeia Extrema e presidente da Associação Manxinerune Ptohi Phunputuru Poktshi Hajene (MAPPHA), Lucas Manxineru, falou sobre a situação enfrentada. 

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“Eles vieram e voltaram pelo mesmo caminho. Esse aparecimento está acontecendo, e a equipe de monitoramento e vigilância foi ao local para fazer a verificação. Estava sem ninguém na casa, se eles estivessem lá teriam visto eles [os isolados] total”, disse.

Meses atrás, em setembro, dois trabalhadores de madeireiras foram mortos em territórios dos  Mashco-Piro, já em território peruano.

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