As discussões sobre a presidência da Executiva Estadual do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) estão a todo vapor nos bastidores da política. Após a morte do ex-governador Flaviano Melo, que estava à frente do cargo, quem assumiu a função foi o ex-prefeito Vagner Sales, mas de forma interina, é o que dizem alguns membros do partido.
O ex-prefeito Marcus Alexandre disse nesta segunda-feira (25) à reportagem do ContilNet que a cúpula do partido deve se reunir na próxima semana para definir quem vai ocupar oficialmente o cargo, em respeito à morte de Flaviano.
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Após conversar com Marcus, a reportagem também entrevistou outro emedebista, o ex-deputado federal e secretário-adjunto da executiva estadual, João Correia, que tem uma longa história com o partido e já presidiu a sigla entre 2003 e 2007.
João disse que a discussão sobre um novo nome para a presidência “tem mais movimentação na imprensa do que dentro do partido” e diz que Vagner deve permanecer no cargo até o ano que vem – quando o novo presidente deve ser escolhido – “a menos que a justiça decida o contrário”.
“O Vagner, entre todos os membros da executivo, foi a pessoa que teve mais intimidade com o Flaviano. O Flaviano escolheu o Vagner há 18 anos como vice. O Vagner sempre esteve ao lado dele em todos esses anos. Nas últimas eleições, o Flaviano queria que o Vagner assumisse a presidência, mas o Vagner pediu para que ele permanecesse. Quando o Flaviano faltava, Vagner não assumia como interino, mas como presidente”, disse o ex-deputado.
“Ele é um presidente que tem uma validade até o próximo ano, quando vamos nos reunir novamente e o Diretório vai escolher uma nova executiva e um novo presidente, portanto. Não temos como fazer nenhum tipo de questionamento ao Vagner. Ele está na linha sucessória. O Flaviano morreu e ele é o presidente, até o ano que vem”, continuou.
João Correia disse que é quase “unânime”, dentro do partido, o entendimento de que Vagner deve permanecer no cargo. O ex-professor da Ufac acrescentou que Flaviano quis largar a presidência após a derrota de Marcus Alexandre nas eleições deste ano, mas foi convencido a ficar.
“Eu acho que é amplamente majoritário esse entendimento. Talvez tenha um ou dois nomes da executiva que pensa o contrário, mas pelo menos 10 entendem da forma como estou explanando. Isso que estou dizendo para você foi acordado com Flaviano. O Flaviano queria largar após a derrota do Marcus, dizendo que já tinha dado sua contribuição, mas dissemos a ele que ficaria até o ano que vem, quando a nova diretoria vai ser definida. Ele aceitou. Já que Flaviano, infelizmente, nos deixou, é natural que Vagner assuma o cargo”, disse.
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“Esse movimento passa muito pela imprensa, mas não passou pelo debate interno. Dentro do partido isso não foi questionado. O Vagner comandará as novas eleições do ano que vem, inclusive. O novo presidente, eleito no ano que vem, pode ser ele ou não. O MDB em toda sua história”, continuou.
João Correia disse que desconhece a proposta de uma reunião na próxima semana para discutir a questão:
“Eu desconheço essa reunião. O deputado Tanízio Sá queria fazer uma discussão amanhã, mas o Vagner definiu luto oficial de uma semana, não podendo ocorrer a reunião. Agora, todo e qualquer membro da executiva tem de pedir uma reunião para discutir determinado assunto. É um direito. Havendo esse pedido, nós vamos nos reunir, sem problemas”.
Sobre as especulações que apontam para o nome de Marcus como futuro presidente do partido, João Correia foi direto:
“Acho que o Marcus, se tiver o mínimo de cautela ou paciência, será um belíssimo nome para assumir o partido no ano que vem. Ele é muito respeitado dentro do partido. Ele está altamente qualificado. Ele mostrou que vai para ficar no partido e não é um elemento que está passando uma chuva. Não é um oportunista. Agora, o que há, é uma sucessão normal. O Vagner só pode deixar de ser presidente, agora, se a justiça decidir isso. O MDB, nesses 58 anos e meses de vida, jamais teve uma discussão ou contestação sobre a presidência do diretório estadual.