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‘Quem mata não pode sair pela porta da frente’: defesa de jovem morto por ex-PM critica decisão judicial

Por Maria Fernanda Arival, ContilNet

O advogado da família do adolescente Fernando de Jesus, de 13 anos, morto com seis tiros pelo então sargento da Polícia Militar do Acre, Erisson Nery, em 2017, divulgou um vídeo em que questiona a condenação de Nery.

O ex-sargento foi condenado a 8 anos de prisão em regime semiaberto, na última sexta-feira (22). O advogado Walisson dos Reis criticou o dosimetria da pena.

LEIA: Ex-sargento Nery é condenado a oito anos em regime semiaberto por morte de adolescente

A defesa do ex-sargento vai recorrer ao STJ/Foto: Reprodução

“Você espera quase oito anos de justiça, os jurados reconheceram as barbaridades que ele praticou e o magistrado aplica uma pena de 8 anos em regime semiaberto. Isso não é justiça, é vergonhoso. Em que país que vivemos? Seria o país da impunidade? Se fosse um cidadão comum, será que teria a mesma pena? Será que ele sairia conduzido ao presídio ou voltaria para casa? Foi tão difícil condenar esse policial, e ele saiu livre, leve e solto do Tribunal do Júri. Isso revolta! A gente esperava que a pena fosse maior”, questionou o advogado.

Walisson também fala sobre o histórico de Nery. “A justiça trata o cidadão comum de uma forma e um ex-policial de outra, visto que esse policial já tem histórico de violência, é um policial violento. Ele, no ano de 2021, dentro de uma boate tentou matar um estudante de Medicina, foi preso e expulso [da corporação] por causa desse crime. A corporação entendeu que ele não é digno de representar a Polícia Militar”, disse.

Walisson dos Reis Pereira/Foto: Cedida

O advogado disse ainda que vai se reunir com a promotoria para tentar mudar a pena e o regime de cumprimento. “Ele tem que cumprir a pena preso. Todos aqueles que matam devem cumprir a pena preso, sair do Tribunal do Júri preso”, explicou.

Walisson disse ainda que vai entrar com uma ação contra o Estado para que a família receba uma indenização, visto que Nery cometeu o crime durante o exercício da profissão de policial militar.

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