Temendo ‘banho de sangue’, herdeiros de área invadida acusam polícia de omissão; órgão se posiciona

Proprietários vão apresentar documentos e pedir a reintegração de posse da terra; delegados de polícia fazem jogo de empurra para tratar do caso

As corregedorias das polícias Civil e Militar do Acre devem ser acionadas nas próximas horas com denúncia de prevaricação e omissão em relação às denúncias de crimes de invasão de propriedade em parte do Seringal Sacado, no Ramal da Nova Olinda, município de Sena Madureira, no interior do Estado.

O fato aconteceu no Seringal Sacada, no Ramal da Nova Olinda, em Sena Madureira/Foto: Cedida

De acordo com alguns dos herdeiros da área de 33 mil hectares, que corresponde ao tamanho do seringal ainda produtivo no fornecimento de látex para a fabricação de borracha e muita castanha-do-Brasil, a ára está sendo invadida há 34 dias e, apesar da apreensão de armas e de pelo menos 30 boletins de ocorrências registrados pelos herdeiros da área, as polícias Civil e Militar não fizeram nada até agora, nem mesmo se dignaram a enviar policiais ou agentes para averiguar a sitaçao na localidade.

Na manhã deste sábado (16), o ContilNet tentou entrar em contato com as forças de segurança baseadas em Sena Madureira. A Polícia Militar não atendeu a insistentes chamados. Na Polícia Civil, apesar de a reportagem ter sido atendida por uma delegada de Polícia Civil, Rivânia Franklin, que estava de plantão neste sábado, também nada foi feito.

ENTENDA A POLÊMICA: Grupo com mais de 50 homens armados invade terras e moradores temem ‘banho de sangue’

Ao responder mensagem enviada pela reportagem, a autoridade plantonista disse o seguinte sobre o caso das invasões: “O caso está com o Dr. Thiago. Então só ele para dar melhores informações”.

O delegado ao qual Rivânia Franklin se refere é seu colega Tiago Parente, que, procurado pela reportagem através do telefone de números finais 81, não respondeu as mensagens, num aparete jogo de empurra entre as autoridades as quais caberiam a averiguação do caso denunciado. Na Polícia Militar, nem o telefone de emergência foi atendido neste sábado.

Este claro comportamento de omissão das forças de segurança em relação ao problema tem indignado os herdeiros da área, que têm feito seguidas denuncias e nada foi feito até agora. “São 34 dias de pura omissão. Até armas lá foram apreendias pela Polícia Ambiental de Rio Branco e a ninguém das forças de segurança em Sena Madureira se dignou a fazer alguma coisa”, disse uma mulher que se apresenta como uma das herdeiras da área.

Segundo a mulher, que pediu para ter sua identidade preservada por enquanto, são 17 herdeiros do seringal. Ainda neste sábado, segundo a mulher, os documentos comprovando a legítima propriedade da área, com certificado de compra e venda e a cadeia dominial da área, serão reunidos e exibidos para corroborar a tese de omissão proposital das forças de segurança em Sena Madureira”, disse a mulher. As terras são produtivas e não estavam abandonadas. “Tudo ali foi adquirido pelo meu pai e meu tio”, disse.

A mesma mulher informou que a família está se reunindo para, além de denunciar a omissão policial em relação ao caso, entrar com uma ação na Justiça reivindicando a reintegração de posse. Um advogado está sendo contratado para acompanhar o caso.

Após publicação da matéria, a assessoria de comunicação da Polícia Civil se posicionou sobre o caso:

Nota à Imprensa

A Polícia Civil do Acre, por meio da Delegacia Geral de Sena Madureira, vem a público informar que está ciente das notícias divulgadas na mídia sobre um suposto grupo armado que teria invadido parte do Seringal Sacado, localizado no Ramal da Nova Olinda, no município de Sena Madureira, interior do Acre.

De acordo com as denúncias recebidas, os supostos invasores estariam agindo com o objetivo de obter posse ilegal da terra, enquanto as vítimas e denunciantes apresentaram documentos que comprovam a propriedade da área em questão. O conflito relatado já perdura por cerca de dois meses, gerando preocupação e necessidade de intervenção rápida.

A Polícia Civil já ouviu diversas testemunhas e pessoas relacionadas ao caso, e as investigações seguem em curso. Desde o início, o inquérito tem sido tratado com prioridade pela Delegacia Geral de Polícia de Sena Madureira, com o objetivo de esclarecer os fatos e adotar as medidas legais necessárias para resolver o impasse e garantir a segurança da comunidade.

A Polícia Civil do Acre reafirma seu compromisso com a justiça e com a proteção dos direitos dos cidadãos, garantindo que os procedimentos necessários para a apuração dos fatos estão sendo conduzidos de forma diligente e responsável.

Atenciosamente,
Polícia Civil do Acre
Delegacia Geral de Sena Madureira

PUBLICIDADE