Apesar do perigo constante de desmoronamento às margens do Rio Acre, no calçadão do Novo Mercado Velho, alguns feirantes da Economia Solidária (tendas que ficavam no calçadão) e também comerciantes do calçadão ao lado do mercado, ainda permanecem no local.
Contudo, a maioria dos feirantes da Economia Solidária já foi levada para as novas e provisórias instalações, ao lado da Biblioteca Pública.
De acordo com o tenente-coronel Cláudio Falcão, coordenador da Defesa Civil Municipal, essa intervenção é direta da Defesa Civil Estadual e indireta da Defesa Civil Municipal, e o DERACRE é o responsável pela obra. Porém, no momento, somente a parte emergencial está sendo realizada, visto que estamos no período invernoso, o que impossibilita o andamento da obra, devido ao aumento do nível do Rio Acre.
Outra questão que também já está em andamento é a captação de recursos para realização da obra, visto que não estava no planejamento e trata-se de um desbarrancamento, que não era esperado. Um laudo geológico, da Defesa Civil, apontou que o solo naquela região está cedendo cerca de 1 centímetro a cada dois dias, o que aumenta a preocupação.
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Italo Medeiros, coordenador da Casa Civil, destacou que ali existem três cenários: os feirantes da Economia Solidária, os comerciantes do Mercado, e os comerciantes ao lado do mercado, que ficam de frente para o Rio Acre. Desses, os feirantes já foram, na sua maioria, transferidos para um local provisório. Os comerciantes do interior do Mercado, no momento, não precisam ser retirados, porém, os outros comércios, que ficam mais próximos do rio, já foram interditados, devido ao risco iminente de mais desbarrancamento. Para estes comerciantes, a alternativa mais viável encontrada pelo Governo, é a desapropriação.
“Já foram realizadas algumas reuniões com esses comerciantes e entre as alternativas do governo do estado, a desapropriação tem sido a melhor solução. Isso está sendo negociado com eles, pois o risco à vida, com a permanência no local, é grande” disse Italo Medeiros.
O coordenador destacou ainda que várias secretarias estão envolvidas na resolução deste problema, como SEGOV, SEPLAN e SEHURB, a fim de que os comerciantes não tenham ainda mais prejuízo, do que já lhes foi causado com o desbarrancamento.
“Já fizemos os projetos necessários e agora estamos no processo de conseguir os recursos. Sabemos da dificuldade dos comerciantes, mas compreendemos que a segurança, neste momento, é mais importante. Infelizmente não será uma obra rápida, principalmente porque não tem como trabalhar nesse período de chuva, especificamente naquele local, pois o rio já começou a subir. Então as obras, que são de responsabilidade do Deracre, de imediato, são de contenção, para que o problema não se agrave, até termos a liberação e o recurso para que possamos fazer a obra em definitivo “, esclareceu Italo.
“Dos 12 comerciantes que estavam às margens do Rio Acre, 10 já saíram do local, entendendo a gravidade da situação”, afirmou o tenente coronel Falcão.
Apesar da realocação parcial, o coordenador destacou a dificuldade em resolver o problema, considerando a existência de proprietários e inquilinos no espaço afetado. “A prefeitura não tem amparo legal para assistir os inquilinos”, disse Falcão
Vistorias serão realizadas de forma contínua no prédio do Novo Mercado Velho, para avaliar as condições da estrutura.