A explosão de casos de Covid-19 no Acre neste fim de ano gerou um aumento considerável na procura pela vacina, informou a coordenadora estadual do Programa Nacional de Imunização (PNI), Renata Quiles, em entrevista ao ContilNet nesta semana.
Os municípios estão abastecidos com as doses, e há cerca de 3 mil em estoque aguardando nova distribuição. Além disso, o Ministério da Saúde anunciou que enviará um lote emergencial com mais vacinas para o estado.
“Neste fim de semana, a demanda pela vacina aumentou bastante, e vários municípios nos acionaram para receber mais doses. Acabamos de receber a confirmação do Ministério da Saúde de que um estoque emergencial de cerca de 10 mil doses será enviado para ajudar a amenizar a situação. Mas é importante lembrar que o aumento de casos ocorre justamente pela baixa procura pela vacina no período anterior a esse cenário”, explicou Renata.
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Ela acrescentou: “Por muito tempo tivemos a vacina disponível, mas a população deixou de procurá-la. Isso fez com que a distribuição nos municípios diminuísse, o que gerou esse efeito bola de neve que estamos enfrentando agora.”
Renata também enfatizou que o Ministério da Saúde tem cumprido seu papel de abastecer o estado com vacinas, mas ressaltou que, neste momento, a imunização está sendo direcionada aos grupos prioritários.
“O Ministério da Saúde tem nos fornecido as vacinas necessárias de acordo com a demanda. É fundamental esclarecer que a imunização, neste momento, é voltada para grupos prioritários. Sabemos que muitas pessoas que estão positivando para a Covid não fazem parte desses grupos. A vacina não impede a infecção, mas ajuda a amenizar os sintomas. Quem está vacinado apresentará sintomas mais leves. Por isso, com o estoque limitado, o foco é alcançar os grupos prioritários: idosos, gestantes, imunossuprimidos, pessoas com comorbidades e crianças”, destacou.
A coordenadora expressou preocupação com o fato de que, apesar do aumento na procura pela vacina, os grupos de maior risco continuam negligenciando a imunização.
“A demanda aumentou, mas o que me preocupa é que as pessoas que estão procurando a vacina agora não são as mais vulneráveis. O grupo de maior risco – idosos, gestantes, imunossuprimidos, pessoas com comorbidades e crianças – ainda não está buscando a vacina, e isso é extremamente preocupante”, concluiu.