Fieac denuncia atraso na entrega do Anel Viário de Brasiléia, iniciado em 2021: “Já passou da hora”

"Estamos quase na mesma confusão que tivemos com a ponte do Madeira", disse o presidente da Fieac sobre o andamento das obras

Durante coletiva à imprensa realizada nesta quinta-feira (19), o presidente da Federação das Indústrias do Acre (Fieac), José Adriano, disse que o Anel Viário de Brasiléia e Epitaciolândia “já passou da hora de ser concluído”. As obras, que estavam sob a responsabilidade do Governo do Estado, foram assumidas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em março deste ano.

José Adriano é presidente da Fiac/Foto: Ascom

A construção iniciou em junho de 2021 pelo Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária do Acre (Deracre). O Estado chegou a erguer a nova ponte sobre o Rio Acre, que possui 251,5 metros de comprimento — parte do futuro contorno rodoviário.

“Até agora, a gente não viu a conclusão do Anel Viário de Brasiléia, que é tão importante. Estamos quase na mesma confusão que tivemos com a ponte do Madeira. Tivemos que fazer caravanas e vários movimentos. Agora, com mandato, a gente vai sentar com o Ministério dos Transportes e o DNIT, e vamos convencer com a ideia de que já passou da hora de essa obra ser concluída”, afirmou José Adriano, que assume uma cadeira na Câmara dos Deputados em 2025, de forma cumulativa.

Obras iniciaram em junho de 2021 e governo do Estado, por meio do Deracre, construiu a nova ponte sobre o Rio Acre. Foto: Ascom/Deracre

À época, o Governo Estadual previa que fosse investido pelo Governo Federal um recurso de pelo menos R$ 100 milhões para a continuação das obras, incluindo a pavimentação de 10,3 quilômetros do novo traçado da pista e dos acessos à rodovia federal, nas duas cidades.

Em outubro, o DNIT abriu licitação para contratar uma empresa e concluir as obras do anel viário. O contrato era de R$ 75,4 milhões. Em entrevista ao G1, o superintendente do DNIT no Acre, Ricardo Araújo, disse que as expectativas eram de finalizar a contratação até o final deste ano e entregar a obra no verão de 2025.

“A gente teve que fazer a atualização dos projetos todos. E estamos citando como projeto executivo. Essa obra está parada por questões judiciais. Quem estava perdendo era a população. Nós fomos ao governador, mostrando para ele que era mais importante que essa obra ficasse com a gente, que a gente poderia fazer toda a alteração dos projetos executivos. A ponte está pronta, e aquela ponte ficar sem nenhum uso seria um desperdício muito grande. Então, a gente pegou [a obra], e licitou, já que foi melhor para o estado, para todo mundo”, destacou.

José Adriano citou que outras obras — frutos de recursos federais — também estão atrasadas.

“Outras obras também estão paralisadas. Nós tivemos, em 2024, um aumento de obras paralisadas com recursos federais. De 2023 para 2024, houve um salto de quase 40% de obras paralisadas, e elas estão no nosso radar. Sobre as nossas BRs, sabemos que estão sendo feitos serviços paliativos, e temos a informação de que R$ 600 milhões serão investidos em todas elas, mas precisamos saber como esse dinheiro está sendo aproveitado”, finalizou.

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