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Guerra química: Acre registrou média de 45,6 notificações de intoxicação por agrotóxico

Por Rose Lima, ContilNet

O número de ataques a comunidades rurais com uso de agrotóxicos cresceu exponencialmente no primeiro semestre do ano, informou nesta segunda-feira (2) a CPT (Comissão Pastoral da Terra), órgão ligado à Igreja Católica. É a chamada “guerra química”, em que o lançamento de aviões é usado para atingir moradores de áreas tradicionais em regiões de conflito.

A chamada “guerra química”, em que o lançamento de aviões é usado para atingir moradores/Foto: Reprodução

Ao todo, em seis meses, foram 182 registros, o que dá uma incrível média de um ataque por dia. O número é superior à soma de todos os ataques em primeiros semestres dos anos de 2015 a 2023, quando foram computados 122 casos. Comparado ao ano passado, o número de ataques é quase dez vezes maior: foram 19 em 2023.

“A maior parte desses casos (156) ocorreu no estado do Maranhão, onde comunidades estão sofrendo severas consequências da pulverização área de veneno. Este tipo de violência, em específico, está inserido nos conflitos pela terra, pela água e na violência contra a pessoa”.

Relatório da CPT

Nesse período, comunidades maranhenses relataram, por muitas vezes, uso de aviões e até drones para pulverizar áreas próximas a locais de moradias e plantações, causando impacto à saúde humana, animal e vegetal. Um dos casos, filmado em maio, ocorreu na comunidade Manoel dos Santos, no município de Timbiras, e feriu pessoas.

Outros casos caem

Em termos gerais, o primeiro semestre de 2024 apresentou menos vítimas da violência no campo no Brasil, em relação ao mesmo período de 2023: foram 417 pessoas (sendo 65 mulheres) em 216 ocorrências. Ameaças de morte (114 casos), intimidação (112) e criminalização (70) lideram a lista.

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No ano passado, o Acre era o quarto estado da região Norte em intoxicações por agrotóxicos. Segundo a Vigilância em Saúde das Populações Expostas a Agrotóxicos (VSPEA) reúne dados de 2006 a 2022. O coeficiente de notificações a cada 100 mil habitantes chegou a 45,6 no estado, segundo um painel da Vigilância em Saúde das Populações Expostas a Agrotóxicos (VSPEA). O índice coloca o estado acreano na 21ª colocação em todo o país e em quarto lugar na região Norte.

Segundo o painel, entre os municípios, o maior índice foi registrado em Senador Guiomard, com 251 notificações por 100 mil habitantes, seguido por Brasiléia, com 188, e Acrelândia, com 133. Esses são os três municípios que ficaram com média acima de 100.

Das 414 notificações, entre confirmadas ou não, a maioria aconteceu em ambiente residencial, com 298. 146 notificações foram classificadas como casos acidentais.

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