O prefeito Tião Bocalom (PL) tomou posse no cargo de prefeito de Rio Branco para o seu segundo mandato consecutivo na tarde desta quarta-feira (1). Usando o chapéu que passou a ser uma das marcas registradas de sua identidade, Bocalom chegou ao local da posse, a sede do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), onde funcionava a antiga faculdade privada Faao, dirigindo o próprio carro. Até aí tudo bem.
A novidade da posse atual é que Bocalom compareceu à solenidade envergando um terno preto que vem a ser o mesmo que vestiu ao tomar posse como prefeito de Acrelândia, 1993 e cujo cargo exerceu até 1996, quando não havia no país, ainda, o instituto da reeleição, que só seria criado em 1997.
Nas eleições de 2000, voltou ao cargo de prefeito de Acrelândia e em 2004 foi reeleito, permanecendo no mandato até 2006, quando renunciou ao cargo para disputar o mandato de governador do Estado pelo PSDB, ficando em terceiro lugar, numa disputa em que perdeu para o governador eleito, Binho Marques e ficou atrás de Márcio Bittar, que concorreu pelo PPS. Na posse dos outros dois mandatos em Acrelândia, ele usou o mesmo terno que vestia em 2020, ao ser eleito prefeito de Rio Branco e nesta tarde de 1º de janeiro, ao ser empossado no cargo em que venceu no primeiro turno.
Afinal, quem é Bocalom?
É um cidadão nascido em Bela do Paraíso, interior do Paraná. É professor com formação em Matemática, curso concluído em 1976, na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Mandaguari (FAFIMAN), e em Ciências Físicas e Biológicas em 1978 pela Faculdade de Ciências Físicas e Biológicas de Umuarama, ambas no estado do Paraná. Mora há mais de 30 anos no estado do Acre. Foi casado com Elisabeth Aparecida Garcia Rodrigues, falecida em 2021 com quem teve um casal de filhos: Luciana e Júnior, que faleceu aos 12 anos de idade com leucemia. Luciana casou-se com Josivan, e eles lhes deram três netas: Isabela, Ana Luisa e Maria Rita.
Entrou para a política como vereador de Nova Olímpia, no Paraná, ainda na década de 1980. Já no Acre, foi o primeiro prefeito de Acrelândia. Nas eleições municipais de 2008, disputou o cargo de prefeito de Rio Branco, capital do estado do Acre, pelo PSDB. No entanto, obteve só a terceira colocação (22,34%) e não conseguiu disputar o segundo turno, ficando atrás de Raimundo Angelim (PT) e Sérgio Petecão (PMN).
Nas eleições de 2010, disputou novamente o cargo de governador do Acre pelo PSDB. Desta vez, formou uma ampla coligação (PSDB/PMDB/DEM/PSL/PSC/PPS/PMN/PTdoB) e conseguiu obter 49,18% dos votos válidos no primeiro turno, mas foi derrotado pelo candidato Tião Viana (PT) que conseguiu obter 50,51% e venceu a eleição no primeiro turno. No final, a diferença de votos era de menos de 5 mil votos entre os candidatos, tornando-se uma das eleições mais acirradas para o cargo de governador no Brasil contemporâneo.
Nas eleições municipais de 2012, foi candidato a prefeito da capital, Rio Branco, também pelo PSDB e conseguiu se classificar para o segundo turno contra o candidato petista Marcus Alexandre. Enquanto no primeiro turno sua votação foi de 43,85%, conseguiu obter 49,81% dos votos válidos no segundo turno, sendo derrotado por uma diferença menor do que 3 mil votos.
Nas eleições de 2014, pela terceira vez seguida, Tião Bocalom foi candidato a governador. No entanto, foi candidato pelo DEM enquanto o PSDB lançou outro candidato: Márcio Bittar. Sua coligação (DEM, PV, PR, PMN, PSTU) conseguiu apenas 19,61% dos votos válidos na eleição para governador, não conseguindo se classificar para o segundo turno que foi realizado entre Tião Viana e Márcio Bittar.
Após decidir apoiar a candidatura de Bolsonaro para presidente, filiou-se ao PSL para disputar as eleições de 2018. Desta vez, optou por ser candidato a deputado federal. Após o término da votação, percebeu-se que não conseguiu ser eleito em razão do coeficiente eleitoral. Foi o terceiro candidato a deputado federal mais votado na cidade de Rio Branco e o mais votado na cidade de Acrelândia, onde foi prefeito. No entanto, mesmo conseguindo ser o quinto mais votado no Estado, não conseguiu ser eleito.
Nas eleições municipais de 2020, voltou a disputar o cargo de prefeito de Rio Branco. Desta vez, filiado ao Partido Progressista (PP), conseguiu obter 49,58% dos votos válidos no primeiro turno. No segundo turno, vencendo a então prefeita Socorro Neri (PSB), foi eleito prefeito com mais de 62% dos votos.