Conheça mais sobre a queixada, animal que anda em bando, atacou homem e matou três cães no interior do Acre

O caso aconteceu na fronteira entre Sena Madureira e o estado do Amazonas e assustou a população

O animal conhecido como queixada, chamou atenção nesta semana, quando um grupo atacou um caçador que estava na fronteira entre Sena Madureira e o estado do Amazonas, fazendo com que o homem ficasse hospitalizado.

Os animais vivem em bando com até 300 espécimes/Foto: Pete Oxford

Mas o que levou o grupo de animais a atacar o homem? Como as queixadas se comportam? Elas são comuns na região amazônica?  O ContilNet conversou com o professor especialista em mamíferos da Universidade Federal do Acre, Armando Muniz.

Veja mais: Caçador quase perde a vida durante ataque de queixadas e dá entrada em hospital do interior do Acre

Muniz explica que os maiores perigos envolvendo as queixadas são os grandes bandos, que podem chegar a cerca de 300 animais em casos excepcionais, mas que facilmente são encontrados agrupamentos de 100 a 200 animais em áreas em que não existe caça predatória.

“Como esses bandos são muito grandes, eles têm que percorrer uma área grande também (para achar recursos). Então no interior é muito comum quando passa queixada nos roçados eles destroem os roçados, aí o pessoal acaba caçando”, explica.

Ele ainda revela que são animais agressivos e que frequentemente encurralam animais e até mesmo seres humanos que consideram como um inimigo. As queixadas também são consideradas animais muito fortes para o seu tamanho.

O professor é o especialista em mamíferos da Universidade Federal do Acre/Foto: Cedida

“Então é perigoso encontrar esses animais e ser encurralado por eles (…) Esses animais sim são agressivos, eles não são criados em cativeiro por causa disso, eles são muito agressivos, eles são muito fortes também, então são animais que tem que tomar cuidado quando se encontra na natureza porque eles não andam sozinhos, eles andam em bandos, então os bandos podem atacar uma pessoa se eles se sentirem ameaçados”, ressalta.

Sobre possíveis encontros com o animal, o professor alerta sobre o que não deve ser feito, como por exemplo perseguir o grupo de animais. “Não tente espantá-los com gritos, correndo em sua direção.  Tente fugir para o lado oposto, onde tem menos animais”, alerta.

Sem a possibilidade de escapar para o lado oposto, o pesquisador alerta que a melhor opção para se proteger destes animais é sempre a escalada em árvores ou locais altos, já que eles não possuem habilidade para escalar e não conseguem movimentar o pescoço, perdendo assim o contato visual com o ser humano.

 

Saiba mais sobre as queixadas!


As queixadas (Tayassu pecari) são mamíferos que têm como características o seu topete e o bater dos dentes. Ele também é o maior animal da família dos porcos selvagens presentes na américa do sul, com alguns exemplares chegando aos 40 quilos, além disso, sua construção física, com pernas curtas, corpo compacto e focinho um pouco mais alongado são marcantes e podem chegar, em média, aos 13 anos .

Elas também são conhecidas pelos seguintes nomes: queixada-ruiva, queixo-ruivo, canela-ruiva, sabucu, tacuité, taiaçu, tajaçu, tanhaçu, tanhocati, taguicati, tiririca, porco-do-mato e pecari.

O animal é encontrado em diversas regiões do país, como na Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal e Caatinga. Apesar disso, a espécie enfrenta o risco do desaparecimento, pela perda de espaço dentro dos biomas em que habita e pela caça ilegal, já que, frequentemente, é confundido com javalis.

Os animais podem andar em grupos que acumulam mais de cem membros/Foto: Reprodução

Para além do Brasil, eles também podem ser encontrados na Argentina, Belize, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela, dentro do continente americano.

As queixadas se alimentam, de maneira mais corriqueira, de frutos, vegetais, invertebrados, fungos e peixe e filhotes de aves, tendo assim uma alimentação classificada como onívora.

Acerca do tamanho do animal, o corpo pode variar de 90 a 139 centímetros, partindo do focinho até a ponta do rabo, já em relação a sua altura, ela gira em torno dos 40 a 60 centímetros. 

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