“Isso já não é mimi. É o choro do surubim, como diz o acreano”, afirmou, nesta quarta-feira (12), o prefeito Tião Bocalom (PL) quando jornalistas o interpelaram sobre as críticas que sua administração vem recebendo por ter nomeado sua esposa, Kelen Rejane Nunes Bocalom, para o cargo de chefe de gabinete. A nomeação foi divulgada nesta terça-feira (11) pelo Diário Oficial do Estado do Acre (DOE).
As críticas, segundo ele, partem de pessoas que não têm o que falar de sua administração e se apegam a pequenos fatos em busca de fazer oposição, e que nomeações de primeiras-damas por seus maridos acontecem em todo o país. “O Brasil inteiro sabe que isso acontece”, disse Bocalom, citando, por exemplo, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). “O governador nomeou a esposa dele e até uma irmã dele. Isso acontece porque o administrador nomeia as pessoas nas quais tem confiança, que você sabe que vai te ajudar a fazer um bom trabalho”, afirmou.
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Sua esposa, a quem chamou de dona Kelen, não é uma pessoa inexperiente, já que é advogada. “Ela é nada menos que uma pessoa que tem 14 anos de trabalho, que trabalhou muitos anos na assessoria jurídica do Depasa e nunca um parecer seu foi contestado”, afirmou.
De acordo com o prefeito, a nomeação atende critérios técnicos e legalmente está tudo correto. “É claro que aqueles que são contra nós vão ficar a vida inteira choramingando, porque, quando eles estavam no governo, também faziam isso. Quem não lembra quantos Vianas nós tínhamos nos governos passados? Quem não sabe que tem, no próprio governo do Estado, hoje, gente do governo com o sobrenome Cameli?”, disse, ao referir-se aos ex-governadores Jorge e Tião Viana e ao atual, Gladson Cameli.
“Então, qual é o problema? São pessoas capacitadas, pessoas competentes que entram para trabalhar, para ajudar no desenvolvimento da nossa cidade, do nosso Estado. Eu acho que o reclame é natural, o chiado é o que eu sempre digo: é o choro do surubim, como diz o bom acreano”, definiu.
O prefeito disse ainda não temer possíveis investigações por parte do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) em relação à nomeação. “Recebo isso sem nenhum problema. O MPAC pode encaminhar a investigação. Nós estamos embasados em lei. Eu tenho aqui o parecer jurídico da Procuradoria Geral do nosso município”, afirmou.
O prefeito disse ainda que, em todo o país, a maioria dos prefeitos nomeia suas esposas para secretarias de assistência social. “Como eu tenho uma pessoa que eu confio muito na assistência social, eu falei: não, então deixa essa pessoa lá e vou trazê-la para o gabinete, que é onde eu preciso muito desse suporte de pessoas que sejam confiáveis, que possam me ajudar a cada dia, gastar melhor dinheiro público”, afirmou.
Sobre indagações de que a nomeação até pode ser legal, mas seria imoral, Bocalom foi enfático: “Imoral são as que falam isso e que, quando passaram e tiveram a primeira oportunidade dentro do governo, todo mundo sabe o que aconteceu nos governos passados. Então, eu não vou nem discutir isso. Quem fala que é imoral, essa pessoa tem um dinheirinho, fica doidinho para poder meter a mão no dinheiro público, e eu não aceito isso, e aqui a dona Kelen vai me ajudar a cuidar melhor do dinheiro público”.