Nesta quarta-feira (12), o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, recebeu em seu gabinete, na sede da Prefeitura Municipal, a visita do cônsul do Japão em Manaus (AM), Yuichi Myagawa, acompanhado de assessores e do presidente da Associação Nipo Brasileira do Acre, Eduardo Kawada. O governo japonês mantém relações com a Prefeitura de Rio Branco desde administrações anteriores e agora, sob o segundo mandato de Tião Bocalom, o cônsul veio anunciar o interesse de manutenção das boas relações diplomáticas de seu país com o Brasil, principalmente com os estados amazônicos, como é o caso do Acre.
Tião Bocalom disse que esta é a segunda vez que sua administração recebe um representante do consulado japonês sediado em Manaus, que atende praticamente toda a região amazônica, e que o diplomata manifestou interesse em conhecer o projeto da Prefeitura de construção de casas populares, o Programa 1001 Dignidades, que será retomado em breve. Segundo o prefeito, o cônsul veio ao Acre se apresentar e, como o governo do Japão já teve quatro parcerias com a Prefeitura de Rio Branco e uma delas é a Casa Rosa Mulher, esta parceria será intensificada.
“Nossa administração está muito satisfeita com o que está acontecendo na Casa Rosa Mulher”, disse Bocalom. “Tudo isso iniciou quando o Japão aportou recursos aqui para poder realizar esse trabalho com a mulher, dar esse suporte para a mulher que foi atingida por algum problema familiar e acaba encontrando o refúgio exatamente na Casa”, acrescentou o prefeito.
Durante a visita, Tião Bocalom mostrou o projeto do Minha Dignidade, que consistirá na construção de casas para pessoas de baixa renda e que vivem em áreas de risco. A proposta prevê a construção de 1001 casas em um único dia, e o cônsul quis saber quantas horas em média seriam gastas para a construção de uma unidade. O prefeito estimou que a obra leva em torno de sete horas de serviços em cada unidade habitacional.
“Além do Minha Dignidade, tratamos também sobre a questão da agricultura familiar. A gente sabe que os japoneses têm nisso daí uma experiência que já traz de milhares de anos, de aproveitamento, de espaço, da forma como tratar a agricultura com produtos orgânicos. Então, eu penso que isso começa a estreitar a nossa relação no sentido de ter apoio também de lá nessa questão da agricultura familiar mais sustentável e também eu espero que a gente possa ter também uma parceria com o Minha Dignidade. Pelo menos foi o que foi demonstrado durante a visita deles aqui”, disse Bocalom.
Sobre a possibilidade de haver liberação de recursos para a Prefeitura de Rio Branco, Bocalom afirmou que ainda não houve tratativas de programas específicos e de números. “O governo japonês vai, sim, nos ajudar no Minha Dignidade da mesma forma que a Universidade de Coimbra, de Portugal, que também vai participar do nosso projeto. Se a gente pudesse ter o governo do Japão também participando de alguma forma, de repente sugerindo tecnologias, ajudando em alguns tipos de tecnologias, seria muito importante. Então, o importante é que a gente comece a mostrar que o projeto é Minha Dignidade e realmente é sustentável”, afirmou o prefeito.
Bocalom disse ainda que o cônsul gostou da forma como a Prefeitura desenhou o projeto e que isso vai render algum apoio. “Não digo quanto nem quando, mas eu tenho certeza de que vai render algum apoio pelo que eu pude sentir dele aqui quando ele viu o projeto”, acrescentou.
Yuichi Myagawa disse, por sua vez, que o Japão tem interesse em estreitar cada vez mais as relações com o Brasil e com as comunidades onde haja a presença de produtores japoneses, como é o caso da Amazônia. Ele lembrou que a presença da colônia japonesa na Amazônia, inclusive no Acre, é grande e permanente e que, a depender das relações com o país, isso poderá aumentar ainda mais, principalmente na área da agricultura.